Ministério da Saúde confirma primeira morte por dengue em São Paulo em 2025
O Estado de São Paulo registra a primeira morte por dengue de 2025, com 45 óbitos sob investigação e 56 em análise no Brasil.
O Estado de São Paulo confirmou a primeira morte por dengue em 2025, conforme informações do painel de arboviroses do Ministério da Saúde. Além disso, outros 45 óbitos estão sendo investigados em diversas cidades paulistas. Em todo o Brasil, foram registradas quatro mortes confirmadas e 56 em análise.
Nos primeiros 15 dias epidemiológicos do ano, o governo federal contabilizou 52,9 mil casos suspeitos da doença. A preocupação aumenta com a detecção do sorotipo 3 do vírus da dengue (DENV-3), que não circulava no Brasil desde 2008. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou a vulnerabilidade da população: “O sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. São 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Temos muitas pessoas suscetíveis”.
Existem quatro sorotipos do vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. Ao contrair a doença, a pessoa adquire imunidade permanente apenas para o sorotipo que causou a infecção, o que possibilita a reinfecção por outros sorotipos.
Nesta quarta-feira, 15, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) comunicou que o DENV-3 foi identificado em 71 unidades sentinelas que monitoram a circulação dos quatro sorotipos do vírus no estado. O sorotipo foi detectado em regiões como Araçatuba, Marília, Araraquara, Ribeirão Preto, Franca, São João da Boa Vista, Campinas e Taubaté, além de amostras da Grande São Paulo e São José do Rio Preto, onde a dengue tem pressionado o sistema de saúde, levando à abertura de investigações sobre a conduta de médicos.
Plano de Contingência contra Arboviroses
O governo estadual apresentou, nesta quarta-feira, o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas para 2025 e 2026, que visa combater a dengue, chikungunya e Zika. O plano inclui diretrizes para a resposta dos serviços de saúde em situações de emergência, com ações planejadas para três cenários: mobilização, alerta regional e epidemia, definidos com base no número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas.
“A classificação dos cenários considera a média histórica de casos dos últimos dez anos nas regiões. Temos um painel em tempo real mostrando todos os números, gerando mapas por semanas epidemiológicas, o que proporciona mais transparência sobre como o Governo do Estado tem lidado com o combate às arboviroses”, afirmou Tatiana Lang, diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da SES.
Diretrizes para cada situação:
Mobilização regional: Será acionada em caso de aumento da incidência de casos prováveis dentro dos limites endêmicos, como quando a taxa de positividade laboratorial para dengue ultrapassar 20% por quatro semanas consecutivas.
Alerta regional: Esta fase será ativada se houver um aumento sustentado de casos que, embora não sejam epidêmicos, exijam uma resposta mais coordenada e intensificada.
Situação de epidemia: Este estágio será considerado em caso de epidemia, onde a gestão deve apoiar a ampliação de espaços de hidratação e leitos para assistência aos pacientes com suspeita de arboviroses.
Ações para os municípios: O plano também recomenda que os municípios:
- Abasteçam as unidades de saúde com insumos suficientes para o atendimento dos casos;
- Implantem e monitorem o funcionamento dos espaços de hidratação, quando necessário;
- Priorize as visitas domiciliares aos grupos de risco pelos agentes comunitários de saúde (ACS);
- Fortaleçam a investigação de óbitos como evento sentinela;
- Divulguem permanentemente informações à população sobre o cenário epidemiológico e os sinais e sintomas de dengue, chikungunya e Zika;
- Ampliem as atividades de bloqueio de transmissão com remoção de focos, limpeza urbana e controle químico, quando necessário, além de mobilização social;
- Utilizem as mídias locais e regionais para a comunicação social.
Veja também: