Ministra da Segurança da Argentina pede à Conmebol para retirar Sul-Americano da Venezuela
Patricia Bullrich alerta sobre riscos de segurança e sugere mudança de sede para o torneio juvenil.
A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, manifestou preocupações sobre a segurança da seleção juvenil de futebol do país, que está programada para participar do Campeonato Sul-Americano Sub-20, a ser realizado na Venezuela a partir do dia 23 deste mês. Em declarações feitas à imprensa, Bullrich pediu à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) que reconsidere a decisão de sediar o evento no país, citando os crescentes atritos diplomáticos entre Argentina e Venezuela nos últimos meses.
Durante uma entrevista à CNN Radio, a ministra questionou: “Nossa seleção sub-20 pode ir à Venezuela no dia 23, eles não podem tomá-la como refém?”. A declaração ocorre em um contexto de intensificação das tensões entre os governos argentino e venezuelano, especialmente após o presidente Nicolás Maduro ter feito acusações contra o governo do presidente argentino Javier Milei, alegando envolvimento em “conspirações violentas” contra a Venezuela.
A escalada verbal entre os dois líderes se intensificou após a Argentina ter reconhecido Edmundo González, líder da oposição venezuelana, como o vencedor legítimo das eleições de 28 de julho, desconsiderando a vitória de Maduro, que está prestes a assumir um terceiro mandato consecutivo.
“A Argentina vai enviar crianças que podem sequestrá-los”, afirmou Bullrich, enfatizando a necessidade de mudar a sede do torneio. Ela destacou que a Conmebol “terá de pensar nisso” para garantir a segurança dos atletas. A ministra expressou sua preocupação com a possibilidade de que os jogadores possam ser alvo de ações hostis durante a competição.
O Campeonato Sul-Americano Sub-20 é um torneio importante, pois concede quatro vagas para o Mundial Sub-20, que será realizado no Chile no final deste ano. A estreia da seleção argentina está marcada para o dia 24 de janeiro, em um confronto contra o Brasil. O grupo da Argentina também inclui as seleções do Equador, Colômbia e Bolívia.
Patricia Bullrich reiterou que a segurança dos jovens atletas deve ser a prioridade, afirmando: “Que diferença pode haver entre ter um jogador de futebol e um militar? Eles podem acusá-lo de qualquer coisa... é um risco”. A ministra fez um apelo à Conmebol para que tome medidas imediatas em relação à situação, considerando as implicações diplomáticas e de segurança envolvidas.
As declarações de Bullrich refletem a crescente preocupação da Argentina com a segurança de seus cidadãos em um ambiente internacional cada vez mais tenso. A possibilidade de retirar a sede do torneio da Venezuela é uma medida que pode ser considerada pela Conmebol, diante das circunstâncias atuais.
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