Nova rodovia de 21 km promete aumentar em 145% a capacidade de caminhões na descida para o litoral paulista
10 de Janeiro de 2025 às 09h29

Governo de SP apresenta projeto da terceira pista da Imigrantes para desafogar tráfego

Nova rodovia de 21 km promete aumentar em 145% a capacidade de caminhões na descida para o litoral paulista

O Governo de São Paulo anunciou nesta sexta-feira (10) o projeto da terceira pista da Rodovia dos Imigrantes, uma das principais rotas que conectam a capital paulista à Baixada Santista. A ampliação visa aliviar o intenso tráfego de veículos, especialmente caminhões, que atualmente enfrentam dificuldades para acessar o Porto de Santos.

O novo trecho terá uma extensão de 21,5 quilômetros, sendo composto principalmente por túneis, que somarão 17 quilômetros, além de 4 quilômetros de viadutos. Um dos túneis está projetado para ter cerca de 6 quilômetros, o que o tornará o maior do Brasil.

Atualmente, cerca de 20 mil caminhões utilizam diariamente a Rodovia Anchieta para acessar o porto, já que a inclinação da Imigrantes, que chega a 6%, impede a passagem de veículos pesados. A nova pista, com uma inclinação menor, permitirá que esses caminhões utilizem a rodovia, aumentando em 145% a capacidade de tráfego para veículos pesados e em 25% para automóveis em geral.

De acordo com a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), o custo estimado para a construção da nova pista varia entre R$ 6 bilhões e R$ 8 bilhões, com previsão de conclusão para 2031. O projeto será apresentado em detalhes em um documento que deve ser finalizado até 2026, incluindo diretrizes de construção e prazos de execução.

A nova pista terá início no quilômetro 43 da Rodovia dos Imigrantes e se conectará à Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055) no quilômetro 265, próximo ao Polo Industrial de Cubatão. O foco principal do projeto é facilitar a descida de veículos pesados, embora automóveis de passeio também possam utilizá-la, mesmo que o trajeto para a Baixada Santista seja um pouco mais longo em comparação à via atual.

Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos, destacou que “quem vai para o litoral sul, como Santos e Praia Grande, continuará utilizando a pista atual, enquanto aqueles que se dirigem ao litoral norte, como Guarujá e Bertioga, utilizarão a nova pista”.

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A Ecovias, concessionária responsável pelo sistema Anchieta-Imigrantes, foi autorizada a elaborar o projeto executivo da nova pista. O governo estadual planeja incluir a nova pista no contrato da concessionária, que será responsável pela execução da obra.

Em nota, a Ecovias expressou seu orgulho em participar do projeto, que considera fundamental para o desenvolvimento do estado de São Paulo e do Brasil. A concessionária está atualmente focada no desenvolvimento dos projetos funcional, básico e executivo, que trarão todos os detalhes da obra.

O sistema Anchieta-Imigrantes já opera no limite de sua capacidade, especialmente durante a alta temporada, quando se espera que 3,6 milhões de veículos trafeguem pelas rodovias entre dezembro e fevereiro. A necessidade de uma terceira pista foi defendida por parlamentares, que ressaltam a importância de melhorar o acesso ao litoral e ao porto de Santos.

A deputada estadual Solange Freitas (União Brasil), que preside a frente parlamentar da terceira pista da Imigrantes, afirmou que “esse é o projeto mais importante para o desenvolvimento do porto de Santos e para diminuir os gargalos enfrentados na chegada e saída dos caminhões na Baixada Santista”.

Além disso, a deputada destacou a importância de realizar obras complementares na Baixada Santista, como a construção de um segundo viaduto na Alemoa e melhorias nas avenidas perimetrais, para garantir a eficácia da nova rodovia.

Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos, considerou o anúncio uma das notícias mais significativas para o porto e o setor agropecuário brasileiro, prevendo que os terminais devem movimentar cerca de 180 milhões de toneladas. Ele ressaltou que a solução para o gargalo rodoviário que afeta o porto é essencial para o desenvolvimento econômico da região.

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