O presidente eleito Donald Trump foi condenado por falsificação de registros, mas juiz determina que não haverá encarceramento.
10 de Janeiro de 2025 às 13h26

Donald Trump é sentenciado em Nova York, mas não cumprirá pena de prisão

O presidente eleito Donald Trump foi condenado por falsificação de registros, mas juiz determina que não haverá encarceramento.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, foi sentenciado em um tribunal de Nova York nesta sexta-feira, após ser considerado culpado de falsificação de registros comerciais. A decisão marca um momento histórico, pois Trump se torna o primeiro chefe de estado a ser condenado enquanto assume o cargo no país.

O juiz Juan Merchan, responsável pelo caso, anunciou que a sentença seria de “dispensa incondicional”, o que significa que Trump não enfrentará pena de prisão. Essa decisão foi tomada em consideração ao seu status como presidente, já que a pena máxima prevista para os crimes cometidos seria de quatro anos de encarceramento.

Trump foi condenado por 34 crimes relacionados a pagamentos feitos à atriz pornô Stormy Daniels, no valor de US$ 130.000, para silenciá-la sobre um suposto relacionamento que teria ocorrido em 2006. O pagamento foi realizado pouco antes da eleição presidencial de 2016, e tanto Daniels quanto o ex-advogado de Trump, Michael Cohen, confirmaram que o objetivo era impedir que a atriz falasse sobre o caso.

Durante a audiência, Trump participou por videoconferência e expressou sua indignação com o processo judicial, chamando-o de “uma caça às bruxas” e afirmando que não cometeu nenhum crime. Ele também destacou que os eleitores estão cientes da situação e que sua vitória nas urnas é uma prova de seu apoio popular.

A procuradoria de Nova York argumentou que a sentença de dispensa incondicional era a mais adequada, considerando que qualquer punição poderia interferir em suas funções como presidente. O procurador Joshua Steinglass defendeu que o julgamento foi conduzido de forma justa e unânime, apesar das alegações de Trump de que o processo era politicamente motivado.

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O juiz Merchan, ao justificar sua decisão, afirmou que a falta de uma pena de prisão não se deve ao réu, mas sim à natureza do cargo que ele ocupa. “Não é o ocupante da presidência que é extraordinário, mas o cargo em si”, disse o magistrado, enfatizando que as leis devem ser iguais para todos, independentemente da posição ocupada.

Trump, que já havia apresentado recursos para tentar anular o veredicto do júri, ainda pode apelar da decisão. No entanto, a Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou um pedido de suspensão do processo, permitindo que a sentença fosse proferida.

A condenação de Trump gerou reações mistas entre seus apoiadores e opositores. Enquanto seus advogados celebraram a decisão de não impor uma pena de prisão, críticos argumentam que a situação representa uma grave violação da ética e da justiça. Trump, por sua vez, continua a afirmar que está sendo alvo de uma perseguição política orquestrada por seus adversários.

Com a sentença anunciada apenas dez dias antes de sua posse como o 47º presidente dos Estados Unidos, Trump se prepara para assumir o cargo em um cenário político conturbado. A expectativa é que ele utilize essa situação para reforçar sua narrativa de vítima de um sistema judicial corrupto.

O desfecho deste caso é um marco na história política dos Estados Unidos, levantando questões sobre a relação entre a justiça e a política, especialmente em um momento em que Trump se prepara para liderar o país.

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