Ex-candidato opositor confirma presença em Caracas no dia 10 de janeiro, mas não detalha estratégia para evitar a detenção.
05 de Janeiro de 2025 às 00h55

González diz que irá à Venezuela para posse, mas não revela como evitará prisão

Ex-candidato opositor confirma presença em Caracas no dia 10 de janeiro, mas não detalha estratégia para evitar a detenção.

Edmundo González, líder da oposição venezuelana, anunciou neste sábado (4) que viajará a Caracas para assumir a presidência no dia 10 de janeiro. No entanto, ele não revelou quais medidas tomará para evitar a prisão pelo governo de Nicolás Maduro, que já emitiu um mandado de detenção contra ele.

Durante uma coletiva de imprensa em Buenos Aires, após se reunir com o presidente argentino Javier Milei, González expressou sua determinação: “É uma data carregada de emoções, não somente pelo que representa minha presença em Caracas nesse dia, mas por todas as circunstâncias”.

O ex-candidato, que obteve 7 milhões de votos nas eleições de julho de 2024, afirmou que sua intenção é “ir à Venezuela simplesmente para tomar posse do mandato que os venezuelanos me deram”. Contudo, ele não forneceu detalhes sobre como planeja entrar no país, dada a pressão do governo chavista.

Nos últimos dias, autoridades venezuelanas intensificaram a busca por González, com anúncios em aeroportos oferecendo uma recompensa de 100 mil dólares por informações que levem à sua captura. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, já havia avisado que, caso o opositor retorne ao país, “haverá policiais esperando por ele no aeroporto”.

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“Não vou revelar mais do que já disse, que minha intenção é ir à Venezuela simplesmente para tomar posse do mandato”, reiterou González, ao ser questionado sobre a cerimônia de posse. Ele destacou que as circunstâncias atuais são “muito complicadas” e, portanto, não pode adiantar informações.

As declarações de González foram feitas ao lado do chanceler argentino, Gerardo Werthein, e da ministra da Segurança, Patricia Bullrich, que reafirmou o apoio do governo argentino ao opositor. Bullrich enfatizou que a Argentina apoia o “triunfo democrático” de González e que a metodologia para a posse é uma decisão que cabe ao novo presidente.

O reconhecimento de González como presidente eleito da Venezuela por parte de Milei marca um momento significativo nas relações entre os dois países. A Argentina foi o primeiro país visitado pelo opositor em sua turnê pelas Américas, que inclui encontros com líderes de outros países, como o uruguaio Luis Lacalle Pou.

Após sua passagem pela Argentina, González tem planos de viajar para os Estados Unidos, onde se reunirá com o presidente Joe Biden e outros líderes do Congresso. Ele também mencionou que visitará o Panamá e a República Dominicana antes do dia 10 de janeiro.

González, que se exilou na Espanha após um mandado de prisão emitido contra ele, continua a ser uma figura central na oposição venezuelana. Ele concluiu sua coletiva de imprensa com uma mensagem de esperança aos seus apoiadores: “Não percam a fé, porque esta é uma campanha muito longa, muito difícil, que desenvolvemos há muito tempo e que estamos prestes a terminar”.

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