Polícia Civil desmantela fábrica clandestina de medicamentos em Campinas, SP
Operação resultou na apreensão de 50 toneladas de produtos adulterados e na prisão de dois homens.
A Polícia Civil de São Paulo realizou uma operação na quinta-feira, 9, que culminou no fechamento de uma fábrica clandestina localizada no Jardim Garcia, em Campinas. Durante a ação, foram apreendidas cerca de 50 toneladas de medicamentos, suplementos alimentares, produtos veterinários, cosméticos e insumos químicos que estavam adulterados ou vencidos.
Dois homens, de 36 e 24 anos, foram detidos em flagrante. Um deles atuava como controlador de estoque, responsável pela gestão da entrada e saída de mercadorias, enquanto o outro exercia a função de ajudante geral, colaborando em diversas atividades na fábrica, desde a organização dos produtos até serviços de limpeza.
A Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a investigação estava sendo conduzida por agentes do 11º Distrito Policial da cidade, que monitoravam o galpão onde o esquema de falsificação de produtos operava.
De acordo com a SSP, “as mercadorias estavam armazenadas de forma irregular. Parte delas possuía rótulos indicando características cancerígenas, tóxicas e corrosivas. Durante as buscas, os agentes também identificaram o descarte inadequado de resíduos industriais sólidos e líquidos, que estavam sendo lançados no solo e em um córrego próximo”.
Além dos produtos, foram recolhidos diversos itens, como frascos e cápsulas vazias, etiquetas, utensílios utilizados para armazenamento, um caderno com anotações sobre a compra e venda de materiais, celulares e balanças de precisão.
Entre os medicamentos apreendidos, muitos estavam sujeitos a controle rigoroso de comercialização, conforme informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A SSP destacou que “em relação aos produtos corrosivos, foram encontradas quantidades elevadas de ácidos nítrico, clorídrico e sulfúrico. Esses produtos são altamente tóxicos para a pele, olhos, aparelho digestivo e trato respiratório, além de apresentarem risco de explosão em áreas confinadas, especialmente o ácido sulfúrico, o que representa um sério perigo ao meio ambiente”.
O caso foi registrado sob as acusações de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais, além de produção de substâncias tóxicas e outras nocivas à saúde pública, representando perigo à vida ou saúde de terceiros no 11º DP de Campinas. As investigações continuam em busca de identificar outros envolvidos no esquema criminoso.
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