O Índice FipeZAP revela que o aumento do aluguel foi superior ao IPCA, que registrou 4,83% no mesmo período.
14 de Janeiro de 2025 às 10h55

Aluguel residencial tem alta de 13,5% em 2024, quase três vezes a inflação

O Índice FipeZAP revela que o aumento do aluguel foi superior ao IPCA, que registrou 4,83% no mesmo período.

O preço do aluguel residencial no Brasil apresentou um aumento médio de 13,5% em 2024, conforme os dados do Índice FipeZAP, divulgados nesta terça-feira, 14. Esse resultado representa uma queda de 2,66 pontos porcentuais em relação ao aumento de 16,16% registrado em 2023.

O reajuste dos aluguéis foi quase três vezes maior do que a inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 4,83% no mesmo período. Com isso, a alta real dos novos contratos de aluguel, descontando a inflação, foi de 8,67%.

A economista Paula Reis, do DataZAP, aponta que o aumento acima da inflação está ligado ao desempenho da economia brasileira, especialmente ao mercado de trabalho, que continua robusto. A taxa de desemprego no Brasil foi de 6,1% no trimestre encerrado em novembro, o menor nível desde o início da série histórica em 2012.

“Os dados de emprego são um fator importante para o mercado de locação”, afirma Paula. Quando mais pessoas têm renda, a demanda por imóveis tende a aumentar, o que contribui para o crescimento dos preços.

Além disso, a economista alerta para a possibilidade de uma alta ainda maior em 2025, devido a dois fatores principais: projeções otimistas para o mercado de trabalho e um mercado de compra de imóveis mais restrito, em razão do alto custo do crédito imobiliário, que reflete a elevação da Selic, a taxa básica de juros do país.

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O Índice FipeZAP monitora o preço médio de locação de apartamentos prontos em 36 cidades brasileiras, com base em anúncios online. Entre as cidades analisadas, apenas Maceió (AL) não registrou aumento real no preço médio do aluguel, com um crescimento de 3,35%, abaixo da inflação anual.

Entre as capitais, os maiores aumentos foram observados em Salvador (33,07%), Campo Grande (26,55%), Porto Alegre (26,33%) e Recife (16,17%), com Salvador liderando o ranking geral.

O preço médio dos novos contratos de aluguel nas 36 cidades foi de R$ 48,12/m² em dezembro. Com base nesse valor, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custa, em média, R$ 2.406, um aumento de cerca de R$ 279,50 em relação ao ano anterior, quando o valor era de R$ 2.126,50.

Barueri (SP) se destaca como o município mais caro, com um aluguel médio de R$ 65,41/m². Para um apartamento de 50 metros quadrados, o valor mensal chega a aproximadamente R$ 3.270,50.

Entre as 22 capitais monitoradas, São Paulo (SP) lidera com R$ 57,59/m², seguido por Florianópolis (R$ 54,97/m²) e Recife (R$ 54,95/m²). No ranking geral, a capital paulista ocupa a segunda posição, atrás apenas de Barueri.

Por outro lado, Pelotas (RS) é a cidade com o metro quadrado mais barato, custando em média R$ 18,61.

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