Investigação sobre morte de mulher após harmonização de bumbum é iniciada em Pernambuco
Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, morreu após procedimento estético; médico é alvo de apuração.
A morte de Adriana Soares Lima Laurentino, de 46 anos, está sob investigação do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e da Polícia Civil. A mulher foi encontrada sem vida em sua residência, poucas horas após ter realizado uma harmonização de bumbum na clínica Bodyplastia, localizada no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, no último sábado (11 de janeiro).
Segundo informações de familiares, Adriana recebeu alta da clínica no final da tarde e começou a sentir dores intensas logo após retornar para casa. Ela foi encontrada morta pelo filho no banheiro de sua residência. O laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) apontou que a causa da morte foi uma infecção, e uma substância conhecida como polimetilmetacrilato (PMMA) foi identificada em seu corpo.
O Cremepe, em nota, informou que o médico responsável pelo procedimento, Marcelo Alves Vasconcelos, não possui inscrição ativa no conselho e que a clínica não possui infraestrutura adequada para a realização de intervenções estéticas desse tipo. A entidade destacou que a investigação foi iniciada após a repercussão da morte de Adriana.
Na segunda-feira (13 de janeiro), o Cremepe realizou uma fiscalização emergencial na clínica. Durante a vistoria, foi constatado que o ambiente não atende aos requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O Cremepe afirmou: “O médico responsável pelo atendimento não possui registro regular junto a este Conselho Regional e o ambiente em que o procedimento foi realizado não é adequado para a realização desse tipo de intervenção”.
Adriana era considerada saudável por seus familiares, que relataram que ela praticava exercícios físicos regularmente e não apresentava problemas de saúde significativos. A prima da vítima, Rita de Cássia Barros, expressou sua indignação: “Como uma pessoa em plena saúde, após um procedimento, em poucas horas, acaba morrendo? Estamos sofrendo muito”.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) já havia alertado sobre os riscos do uso de PMMA em procedimentos estéticos, recomendando à Anvisa o banimento do material. A SBCP classifica o PMMA como um “preenchedor definitivo”, que pode causar complicações graves, incluindo inflamações crônicas e até mortes.
Marcelo Alves Vasconcelos, em nota enviada à imprensa, não confirmou se o material utilizado no procedimento foi o PMMA e afirmou que não poderia divulgar detalhes do caso devido ao sigilo profissional. A defesa do médico declarou que não houve relação entre o procedimento e a morte da paciente, classificando o ocorrido como uma fatalidade.
As investigações continuam tanto pelo Cremepe quanto pela Polícia Civil, que buscam esclarecer as circunstâncias da morte de Adriana e determinar as responsabilidades. O caso levanta preocupações sobre a segurança em procedimentos estéticos e a regulamentação das clínicas que os realizam.
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