Caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Cremepe após morte de paciente um dia após a cirurgia.
14 de Janeiro de 2025 às 21h09

Mulher de 46 anos morre após procedimento de harmonização dos glúteos com PMMA

Caso é investigado pela Polícia Civil e pelo Cremepe após morte de paciente um dia após a cirurgia.

Uma mulher de 46 anos, identificada como Adriana Barros Lima Laurentino, foi encontrada morta em sua casa, no Recife, um dia após realizar um procedimento de harmonização dos glúteos com polimetilmetacrilato (PMMA). A Polícia Civil de Pernambuco e o Conselho Regional de Medicina do Estado (Cremepe) estão investigando as circunstâncias do caso, que gerou preocupação sobre a segurança de intervenções estéticas na região.

O procedimento foi realizado na clínica Bodyplastia, localizada no bairro do Pina, na zona sul da capital pernambucana, na última sexta-feira (10). De acordo com o boletim de ocorrência, Adriana foi liberada pela clínica após a cirurgia, mas logo começou a sentir dores intensas pelo corpo. No dia seguinte, seu filho a encontrou caída no banheiro, já sem vida.

Os familiares relataram que o médico responsável pelo procedimento, Marcelo Vasconcelos, utilizou PMMA, uma substância que, embora tenha sido amplamente utilizada em procedimentos estéticos, é considerada arriscada devido à sua natureza permanente e à dificuldade de remoção em caso de complicações.

O PMMA é um preenchedor definitivo que pode causar inflamações e complicações graves. Desde os anos 2000, seu uso tem sido desencorajado por muitos profissionais da saúde, devido à dificuldade em reverter os efeitos indesejados. O médico, em nota enviada por seus advogados, afirmou que a morte de Adriana foi uma fatalidade e que não houve falhas em sua atuação. Ele ressaltou que todos os pacientes assinam um termo de consentimento que informa sobre possíveis complicações.

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O atestado de óbito indicou como causas da morte um “choque séptico” e uma “infecção no trato urinário”. A família da paciente pagou R$ 11 mil pelo procedimento estético. A Polícia Civil registrou o caso como “Outras Ocorrências Contra a Pessoa” e informou que as investigações estão em andamento.

O Cremepe realizou uma fiscalização na clínica Bodyplastia e encontrou irregularidades, incluindo a falta de registro do médico responsável e a inadequação do ambiente para a realização do procedimento. Em nota, o conselho afirmou que o local não atende aos requisitos de segurança exigidos pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Embora o uso do PMMA seja permitido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) não recomenda sua utilização e já se manifestou favorável ao banimento do material em procedimentos estéticos.

O médico Marcelo Vasconcelos defendeu sua atuação, alegando que Adriana estava apta para o procedimento e que todas as etapas foram cuidadosamente planejadas. Ele também comentou sobre a falta de registro no Cremepe, afirmando que havia protocolado o pedido, mas que questões burocráticas ainda não haviam sido resolvidas.

Em suas redes sociais, o médico compartilha vídeos sobre procedimentos de harmonização dos glúteos e discute o uso do PMMA, buscando esclarecer sua prática profissional.

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