Boeing registra menor número de entregas de jatos em 2024 devido a crises
Fabricante americana entregou apenas 348 aeronaves, impactada por greve e problemas de produção, enquanto rival Airbus superou expectativas.
A Boeing, uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo, enfrentou um ano desafiador em 2024, registrando o menor número de entregas de jatos desde o início da pandemia. A empresa entregou apenas 348 aeronaves, um número que representa menos da metade das 766 entregas realizadas por seu principal concorrente, a Airbus, e cerca de um terço a menos do que no ano anterior.
O desempenho da Boeing foi severamente afetado por uma greve de mais de dois meses, que paralisou a produção em várias de suas fábricas. Além disso, a empresa lidou com problemas de qualidade que resultaram em uma diminuição no ritmo de trabalho, especialmente após um incidente em janeiro de 2024, quando um painel de fuselagem se soltou de um 737 Max durante um voo, levando a investigações e uma reestruturação na liderança da companhia.
As entregas da Boeing em 2024 incluem 265 aeronaves da família 737, sendo 260 do modelo Max, além de 51 unidades do 787 Dreamliner e 18 do 767. O mês de dezembro foi particularmente fraco, com apenas 30 aviões entregues, incluindo 18 do modelo 737.
Após a greve, que começou em setembro de 2024 e terminou em novembro, a produção nas fábricas de Renton e Everett foi retomada apenas em meados de dezembro. A greve foi motivada por negociações sobre um novo acordo de trabalho, que finalmente foi ratificado pelos funcionários.
A Boeing também registrou 569 pedidos brutos no ano, mas apenas 317 vendas líquidas, levando em conta cancelamentos e conversões. Esses números refletem um ambiente desafiador para a fabricante, que já havia enfrentado problemas de qualidade em 2023, quando entregou 528 aviões, um aumento em relação ao ano anterior.
O impacto da greve e das falhas de produção foi evidente, e a Boeing agora se vê em uma posição difícil para recuperar a confiança dos clientes e aumentar a produção em um mercado competitivo. A empresa anunciou um investimento de um bilhão de dólares para aumentar a produção do 787 Dreamliner, com o objetivo de passar de quatro para dez entregas mensais até 2026.
O desempenho da Boeing em 2024 é considerado o pior desde 2020, quando a fabricante enfrentou uma crise significativa após os acidentes do 737 Max. A empresa continua a trabalhar para resolver os problemas de produção e restaurar a confiança no mercado, mas os desafios permanecem.
Com um total de 6.245 aeronaves em seu backlog de pedidos, a Boeing espera que a recuperação comece em breve, embora as incertezas no setor de aviação possam continuar a impactar suas operações nos próximos meses.
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