A apreensão ocorreu na noite de segunda-feira, 13, após ataque que deixou dois mortos e seis feridos no assentamento Olga Benário.
14 de Janeiro de 2025 às 16h52

Polícia apreende veículo suspeito de ser usado em ataque ao MST em Tremembé, SP

A apreensão ocorreu na noite de segunda-feira, 13, após ataque que deixou dois mortos e seis feridos no assentamento Olga Benário.

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu, na noite de segunda-feira, 13, um veículo suspeito de ter sido utilizado pelos autores do ataque ao assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Tremembé, localizado na região do Vale do Paraíba. O atentado, que ocorreu na última sexta-feira, 10, resultou na morte de dois integrantes do movimento e deixou seis feridos.

De acordo com informações obtidas por meio de um boletim de ocorrência, os investigadores receberam relatos de que um dos carros utilizados no crime estaria escondido em um terreno vazio no Parque Aeroporto, um bairro de Taubaté, cidade vizinha a Tremembé. A partir dessas informações, a polícia montou uma vigilância no local, que estava fechado com um portão de chapa e cercado por madeiras.

Durante a observação, os policiais notaram a movimentação suspeita de um homem correndo dentro do terreno e decidiram entrar para tentar abordá-lo. Contudo, devido à pouca iluminação e à existência de uma saída nos fundos do terreno, o suspeito conseguiu escapar sem ser identificado.

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Enquanto buscavam o homem, os policiais localizaram um Volkswagen Gol branco, com o emplacamento coberto, escondido dentro do matagal. A perícia foi solicitada para buscar impressões digitais no veículo, que foi apreendido e levado a um pátio credenciado para os procedimentos de investigação.

O ataque ao assentamento Olga Benário resultou na morte de Valdir Nascimento, conhecido como Valdirzão, de 52 anos, e Gleison Barbosa, chamado de Guegue, de 28 anos. Lideranças do MST que presenciaram o ataque relataram que pelo menos dez criminosos participaram da ação. Até o momento, a polícia prendeu apenas um suspeito: Antônio Martins dos Santos Filho, conhecido como “Nero do Piseiro”, apontado como o mandante do crime.

No domingo, a Justiça decretou a prisão preventiva de Nero e de Ítalo Rodrigues da Silva, identificado como seu comparsa. Até a manhã desta terça-feira, Ítalo ainda permanecia foragido.

A Polícia Civil continua a investigação para identificar outros envolvidos no ataque. A principal linha de investigação sugere que o crime foi motivado pela disputa por um dos lotes do assentamento. No entanto, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, levantou a hipótese de que o ataque possa ter sido ordenado por um mandante ligado à exploração imobiliária da região.

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