Acordo prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a retirada de tropas israelenses da Faixa de Gaza.
15 de Janeiro de 2025 às 21h08

Israel e Hamas firmam acordo de cessar-fogo e libertação de reféns em Gaza

Acordo prevê a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos e a retirada de tropas israelenses da Faixa de Gaza.

Em um desdobramento significativo no conflito que assola a Faixa de Gaza, Israel e o Hamas anunciaram, nesta quarta-feira (15), um acordo para um cessar-fogo e a libertação de reféns. A negociação, que ocorreu sob a mediação do Catar, Egito e Estados Unidos, promete trazer um alívio temporário após 15 meses de intensos combates que resultaram em mais de 46 mil mortos na região.

O acordo, que ainda aguarda confirmação de detalhes, é estruturado em três fases. A primeira fase prevê uma trégua de 42 dias, durante a qual o Hamas se compromete a libertar 33 reféns israelenses, incluindo mulheres, crianças e idosos. Em contrapartida, Israel deverá liberar centenas de prisioneiros palestinos, com uma proporção de 30 prisioneiros para cada refém civil e 50 para cada refém militar.

Além disso, durante esse período, as forças israelenses devem se afastar de áreas densamente povoadas da Faixa de Gaza, permitindo o retorno de civis deslocados e a entrada de ajuda humanitária, com uma expectativa de cerca de 600 caminhões por dia. Essa medida visa aliviar a crise humanitária que se agravou com o prolongamento do conflito.

A segunda fase do acordo será negociada ao longo da primeira e deverá incluir a declaração de uma “cessação permanente das hostilidades”. Nessa etapa, o Hamas deverá liberar o restante dos reféns em troca de mais prisioneiros palestinos. No entanto, os números exatos ainda não foram definidos, e a retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza será um ponto central nas discussões.

O governo israelense, liderado pelo primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, tem enfatizado que o objetivo principal é desmantelar as capacidades militares do Hamas, evitando que o grupo se reorganize durante a trégua. A desconfiança entre as partes é palpável, com o Hamas preocupado que Israel retome os ataques após a entrega dos reféns.

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A terceira e última fase do acordo envolverá a entrega dos corpos dos reféns israelenses que foram mortos durante o conflito. Além disso, está previsto um plano de reconstrução da Faixa de Gaza, que deverá ser supervisionado pela comunidade internacional, com um prazo estimado de três a cinco anos para a sua implementação.

O anúncio do acordo foi recebido com celebrações na Faixa de Gaza, onde a população anseia por um fim à violência e a possibilidade de reconstruir suas vidas. As negociações, que estavam estagnadas, ganharam novo impulso nos últimos dias, especialmente com a iminente posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, que prometeu intervir para garantir a libertação dos reféns.

O impacto do acordo se estende além da questão humanitária, levantando discussões sobre o futuro político da Faixa de Gaza. Desde que o Hamas tomou o controle da região em 2007, a situação política tem sido complexa, e a guerra recente reacendeu debates sobre a viabilidade de uma solução de dois Estados, defendida por muitos na comunidade internacional.

Enquanto isso, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, sugeriu a possibilidade de uma força internacional de segurança para ajudar na estabilização da região, uma proposta que ainda está sendo discutida entre as partes envolvidas.

O acordo de cessar-fogo, embora promissor, deixa em aberto muitas questões sobre a implementação e o futuro da Faixa de Gaza, onde a população já enfrenta desafios significativos devido ao bloqueio e à devastação causada pela guerra.

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