Israel aguarda lista de reféns do Hamas antes de prosseguir com cessar-fogo
Benjamin Netanyahu afirma que a continuidade do acordo depende da entrega da lista de reféns a serem libertados.
Tel Aviv, 18 de janeiro de 2025. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que o país não avançará com o cessar-fogo em Gaza até receber a lista dos reféns que serão libertados pelo Hamas. A afirmação foi feita em um comunicado oficial, onde Netanyahu ressaltou a importância do cumprimento do acordo firmado entre as partes.
“Não prosseguiremos com o acordo até recebermos a lista de reféns que serão libertados, conforme acordado. Israel não tolerará violações do acordo. A única responsabilidade é do Hamas”, afirmou Netanyahu, enfatizando a seriedade da situação.
De acordo com o portal de notícias Ynet, a lista com os nomes dos primeiros três reféns a serem libertados deveria ter sido entregue a Israel por meio do Catar até as 16h, horário local (14h GMT), mas isso não ocorreu até o momento.
O primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, havia anunciado anteriormente que, graças aos esforços de mediação do Egito, Catar e Estados Unidos, Israel e Hamas chegaram a um entendimento sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza e a liberação de reféns mantidos na região.
O acordo, que está previsto para entrar em vigor no dia 19 de janeiro, estabelece que, durante a primeira fase de 42 dias do cessar-fogo, o Hamas deve libertar 33 reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e feridos, em troca da liberação de prisioneiros palestinos que estão em cárceres israelenses.
Na sexta-feira, 17 de janeiro, Israel aprovou o acordo de cessar-fogo com o Hamas, que inclui a troca de reféns. A primeira fase do acordo prevê uma pausa de seis semanas no conflito, durante a qual o Hamas deverá devolver os corpos dos reféns mortos, além de libertar os vivos.
Entre os reféns a serem libertados, estão cinco soldadas israelenses, cada uma das quais será trocada por 50 prisioneiros palestinos, incluindo 30 terroristas condenados que cumprem penas de prisão perpétua. Ao final da primeira fase, todos os reféns civis vivos deverão ser libertados.
O Ministério da Justiça de Israel divulgou uma lista parcial com 95 prisioneiros que deverão ser soltos na troca pelos reféns. Esta lista inclui a deputada palestina Khalida Jarrar, da Frente Popular para a Libertação da Palestina, que foi presa em 2023 e está em regime de isolamento.
Durante a primeira fase do acordo, as Forças de Defesa de Israel (FDI) se comprometeram a se retirar de áreas urbanas em Gaza, permitindo que os palestinos retornem a suas casas no norte do enclave. Além disso, a ajuda humanitária será ampliada, com a previsão de entrada de cerca de 600 caminhões diariamente no território palestino.
Os detalhes da segunda fase do acordo ainda estão em negociação e permanecem difíceis de resolver. O acordo não inclui garantias por escrito de que o cessar-fogo será mantido até que uma trégua definitiva seja alcançada, o que sugere que Israel pode retomar suas operações militares após o término da primeira fase.
Na manhã deste sábado, o Ministério das Relações Exteriores de Israel informou que as Forças de Defesa do país estão se preparando para implementar o acordo e receber os reféns após sua libertação. “As Forças de Defesa de Israel estão se preparando para receber os reféns e estão operando para fornecer apoio físico e psicológico adequado, com atenção cuidadosa a cada detalhe”, disse a chancelaria israelense.
Além do compromisso de trazer todos os reféns para casa, as Forças de Defesa de Israel continuarão suas operações para garantir a segurança de todos os cidadãos israelenses, especialmente aqueles que residem em comunidades próximas à Faixa de Gaza.
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