BP anuncia cortes de 4.700 empregos e 3.000 postos de trabalho temporários
A BP, gigante britânica do setor de energia, planeja demitir 4.700 funcionários e eliminar 3.000 vagas de contratados para reduzir custos.
A BP, uma das maiores empresas de energia do mundo, anunciou nesta quinta-feira (16) que cortará 4.700 empregos de sua força de trabalho global, além de eliminar 3.000 cargos de contratados. Essa medida faz parte de um esforço para reduzir custos e melhorar a competitividade da companhia.
O diretor-executivo da BP, Murray Auchincloss, reconheceu em uma carta aos funcionários a incerteza que essa decisão traz para aqueles cujos empregos estão em risco. Ele afirmou: “Entendo e reconheço a incerteza que isto causa para todos aqueles cujos trabalhos podem estar em risco, bem como o impacto que isto pode ter nos colegas e nas equipes”.
As demissões representam uma parte significativa da reestruturação da empresa, que emprega atualmente cerca de 87.800 pessoas em 61 países. A BP está implementando um programa plurianual de simplificação e reorientação, com o objetivo de reduzir custos e melhorar sua eficiência operacional.
Além dos cortes de empregos, a BP também enfrenta desafios financeiros. Recentemente, a empresa divulgou resultados financeiros abaixo do esperado para o terceiro trimestre de 2024, com uma queda no lucro de até US$ 206 milhões, em comparação com US$ 4,9 bilhões no mesmo período do ano anterior. Essa diminuição é atribuída a margens de refino mais baixas e vendas fracas.
A companhia também alertou que a produção de petróleo no último trimestre de 2024 deve ser inferior em relação ao trimestre anterior, o que pode impactar ainda mais seus resultados financeiros. A BP já havia enfrentado críticas de acionistas sobre sua estratégia de transição para uma economia de baixo carbono, especialmente após a saída de seu ex-CEO, Bernard Looney, que foi demitido por não revelar relacionamentos pessoais com colegas.
Os investidores têm demonstrado preocupação com o futuro da BP, especialmente em relação às suas metas climáticas. A empresa havia prometido reduzir sua produção de petróleo em 25% até 2030, em relação aos níveis de 2019, mas especulações sugerem que pode haver um retrocesso nessa estratégia.
Com a pressão crescente dos acionistas e um mercado em transformação, a BP se vê diante de um cenário desafiador. A companhia está se preparando para um evento com investidores em Londres, onde Auchincloss deverá abordar as preocupações sobre a estratégia da empresa e suas perspectivas financeiras.
As medidas de corte de empregos e a reestruturação da BP são vistas como uma tentativa de restaurar a confiança dos investidores e garantir a sustentabilidade da empresa em um mercado de energia em constante mudança.
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