Após Moraes negar pedido de Bolsonaro, Michelle representará o marido na posse de Trump nos EUA
Ex-primeira-dama viajará para a cerimônia, enquanto Jair Bolsonaro enfrenta restrições judiciais
Na última quinta-feira, 16, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) anunciou que sua esposa, Michelle Bolsonaro, representará o marido na posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para a próxima segunda-feira, 20. A decisão ocorre em meio a restrições judiciais que impedem Bolsonaro de viajar.
Durante uma transmissão ao vivo para o programa Faroeste à Brasileira, Bolsonaro revelou que sua esposa foi convidada para a cerimônia e destacou a importância do evento. “Ela vai ter um tratamento bastante especial lá, pela consideração que o presidente Trump tem para comigo”, afirmou o ex-presidente.
A viagem de Michelle ocorre após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ter negado o pedido de Bolsonaro para a devolução temporária de seu passaporte. O documento foi apreendido em março do ano passado, no contexto de investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado que envolveu o ex-presidente e seus aliados.
Bolsonaro, que teve seu passaporte retido durante uma operação da Polícia Federal, mencionou que sua equipe de advogados está trabalhando em um recurso contra a decisão de Moraes. “Essa questão do passaporte ainda está em jogo. Tenho equipe de advogados que pediram para não entrar em particularidades [do caso], porque cabe recurso ainda”, disse o ex-presidente.
“A boa notícia é que no sábado de manhã no Aeroporto de Brasília tem voo, e minha esposa irá para lá. Está convidada. Ela vai fazer sua parte”, completou Bolsonaro, referindo-se à viagem de Michelle.
O ex-presidente também comentou sobre a relação que mantém com Trump, ressaltando que o presidente americano expressou interesse em encontrá-lo pessoalmente. “Ele [Trump] tem um carinho para comigo. Ele gostaria de apertar a minha mão também, senão não teria me convidado. Parece que foram cinco chefes de Estados convidados, e eu não sou chefe de Estado”, declarou Bolsonaro.
Além disso, o ex-presidente enfatizou que a posse de Trump é um evento significativo, destacando a importância da democracia americana. “Não estou indo para festa de batizado da filha ou da neta de ninguém, é um evento de posse da maior democracia do mundo”, afirmou.
As investigações que levaram à apreensão do passaporte de Bolsonaro estão relacionadas a uma suposta trama golpista que teria ocorrido durante seu governo. Em novembro do ano passado, Bolsonaro e mais 39 pessoas foram indiciados pela Polícia Federal por tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O caso segue sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir em breve se os envolvidos serão formalmente denunciados ao STF. A expectativa é que a PGR se manifeste nas próximas semanas, em um momento de grande atenção pública sobre os desdobramentos legais envolvendo o ex-presidente.
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