Moraes nega pedido de Bolsonaro para viajar à posse de Donald Trump nos EUA
O ex-presidente Jair Bolsonaro não poderá comparecer à cerimônia de posse do novo presidente americano, Donald Trump, em Washington.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu, nesta sexta-feira, 17, manter a proibição da viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, onde ocorreria a posse do novo presidente, Donald Trump, na próxima segunda-feira, 20. A decisão foi amplamente repercutida pela imprensa internacional, incluindo veículos como The New York Times, The Washington Post, El País e The Guardian.
A negativa de Moraes se baseou na avaliação de que o ex-presidente, que enfrenta diversas investigações criminais, poderia utilizar a viagem como uma oportunidade para fugir do Brasil. O passaporte de Bolsonaro foi apreendido pela Justiça em fevereiro de 2024, em meio a investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Na sua decisão, Moraes afirmou: “Mantenho a decisão que indeferiu os pedidos formulados por Jair Messias Bolsonaro por seus próprios fundamentos”. Ele também determinou que os autos do processo sejam enviados à Procuradoria-Geral da República (PGR) para manifestação em até cinco dias.
O ex-presidente, que se manifestou nas redes sociais, classificou a decisão como uma “grave decepção” e alegou ser alvo de uma “perseguição política” por parte do sistema judiciário brasileiro. Bolsonaro comparou sua situação a processos judiciais enfrentados por Donald Trump nos Estados Unidos.
Os principais jornais internacionais destacaram a situação de Bolsonaro, que, segundo The New York Times, “espera que os EUA influenciem mudanças na política do Brasil, o que poderia torná-lo um homem livre”. O The Guardian enfatizou que o ex-presidente brasileiro “viu suas esperanças de ir à posse de Donald Trump caírem por terra” devido à decisão da Justiça.
O El País informou que Bolsonaro terá que acompanhar a cerimônia pela televisão ou redes sociais, sendo representado por sua esposa, Michelle Bolsonaro, que pode ser uma candidata nas eleições de 2026. A matéria ressaltou que a decisão do STF foi motivada pela preocupação de que o ex-presidente poderia tentar escapar do país.
A defesa de Bolsonaro argumentou que ele tem cumprido todas as medidas cautelares impostas e que a devolução temporária do passaporte não representaria risco. No entanto, Moraes reiterou que as razões que fundamentaram a apreensão do passaporte permanecem válidas e que há evidências de que o ex-presidente poderia tentar se ausentar do Brasil.
Bolsonaro, que já havia sido ao exterior recentemente, para a posse do presidente argentino Javier Milei, argumentou que seu retorno ao Brasil demonstra sua confiança na legalidade dos processos judiciais que enfrenta. A defesa do ex-presidente também contestou a falta de um convite oficial para a cerimônia de posse, um dos argumentos utilizados por Moraes para justificar a negativa.
A decisão de Moraes, que impede Bolsonaro de participar da posse de Trump, destaca a complexidade da situação política e judicial do ex-presidente, que continua sob investigação por sua conduta durante e após o seu mandato.
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