A ministra Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, protocolou uma queixa contra o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, por suas declarações sobre os irmãos Brazão, réus no assassinato de sua irmã.
17 de Janeiro de 2025 às 15h37

Anielle Franco denuncia Washington Quaquá ao Conselho de Ética do PT por defesa a irmãos Brazão

A ministra Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, protocolou uma queixa contra o vice-presidente do PT, Washington Quaquá, por suas declarações sobre os irmãos Brazão, réus no assassinato de sua irmã.

A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, irmã da ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, protocolou uma queixa formal no Conselho de Ética do Partido dos Trabalhadores (PT) contra o vice-presidente da sigla, Washington Quaquá. O prefeito de Maricá (RJ) se posicionou publicamente em defesa dos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, réus no Supremo Tribunal Federal (STF) como supostos mandantes do homicídio de Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.

No dia 9 de janeiro, Quaquá publicou uma foto ao lado da família Brazão e expressou sua crença na inocência dos irmãos, o que gerou uma forte reação de Anielle. Em seu ofício, protocolado na quarta-feira, 15, Anielle classificou a postura de Quaquá como “antiética” e “incompatível com os princípios, direitos e deveres de um dirigente partidário do PT”.

A representação de Anielle argumenta que Quaquá “tenta descredibilizar de forma irresponsável e leviana” a luta por justiça das famílias das vítimas e o próprio governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ministro da Justiça, Flávio Dino, ao assumir o cargo em janeiro de 2023, afirmou que a resolução do caso Marielle era uma “questão de honra”. A investigação sobre o assassinato foi federalizada e concluída em março de 2024, mas seus resultados são contestados por Quaquá.

O prefeito foi contatado para comentar a queixa de Anielle, mas não respondeu até o fechamento desta matéria. Após a divulgação da foto com a família Brazão, Anielle reagiu, afirmando que um dirigente do PT usou o nome de sua irmã de forma “repugnante”.

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Em entrevista ao mesmo veículo em 11 de janeiro, Quaquá reiterou sua defesa da inocência dos irmãos Brazão, pedindo que “juristas sérios” reavaliem o processo e insinuando, sem apresentar provas, uma ligação entre a família Bolsonaro e o caso. “Eu peço que juristas sérios revejam o processo para ver se há prova contra os Brazão. Eu sei que as maiores ligações que existem entre o assassino que está sendo beneficiado com a sua própria delação é com a família Bolsonaro”, disse o prefeito.

A investigação da Polícia Federal (PF) já havia descartado qualquer relação entre a família do ex-presidente e o caso. Segundo o inquérito, o assassinato de Marielle foi motivado por grilagem de terras de interesse de milicianos ligados aos Brazão.

A situação no PT está tensa, com divisões sobre as possíveis punições a Washington Quaquá. Enquanto uma ala do partido defende sua expulsão, outros filiados consideram que o afastamento do prefeito da vice-presidência seria uma medida suficiente.

Interlocutores do PT indicam que o processo no Conselho de Ética é geralmente demorado e depende da aprovação da maioria da executiva nacional, que está prestes a passar por renovação em uma eleição interna marcada para julho.

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