Mudança no design torna o autoteste mais discreto e fácil de transportar, com resultados em 20 minutos
17 de Janeiro de 2025 às 17h35

Nova embalagem do autoteste de HIV visa aumentar a adesão ao exame no Brasil

Mudança no design torna o autoteste mais discreto e fácil de transportar, com resultados em 20 minutos

Nos próximos meses, os serviços públicos de saúde de todo o Brasil, juntamente com organizações da sociedade civil que colaboram com o Ministério da Saúde, receberão uma nova versão do autoteste de HIV. A atualização traz uma embalagem menor e mais discreta, com o objetivo de ampliar o diagnóstico da infecção e garantir que o tratamento seja iniciado de forma oportuna, contribuindo assim para a redução da transmissão do vírus.

Artur Kalichman, coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids, destaca que “essa mudança não se limita a um simples ajuste estético. Acreditamos que a embalagem menor facilitará o transporte do autoteste, tornando-o mais discreto e acessível”. Essa abordagem visa encorajar mais pessoas a realizarem o teste, especialmente em um contexto onde o estigma ainda persiste.

O autoteste para HIV é disponibilizado gratuitamente em todo o território nacional, e as unidades de saúde que realizam a distribuição podem ser consultadas online. O exame é de fácil utilização, permitindo que a própria pessoa o realize em um momento e local de sua escolha, com a mesma facilidade de outros testes rápidos.

A nova embalagem inclui uma tarja vermelha que indica que a venda do autoteste é proibida, além de um número gratuito para suporte ao usuário, disponível 24 horas por dia, sete dias por semana. O teste utiliza amostra de fluido oral e fornece resultados em apenas 20 minutos, facilitando a detecção precoce do HIV.

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Cada embalagem contém um tubo com solução diluente, um swab (cotonete) para coleta da amostra, um cartão de resultado, uma tira-teste que indicará o resultado, um guia do usuário e um cartão com instruções, além de um saco para descarte adequado. Antes de realizar o teste, é necessário que a pessoa evite comer, beber, fumar ou fazer higiene oral por 30 minutos.

O autoteste é recomendado pelo Ministério da Saúde para pessoas que podem estar em risco de contágio, como aquelas que tiveram relações sexuais desprotegidas, enfrentaram situações de violência sexual ou sofreram acidentes de trabalho com objetos cortantes. É importante ressaltar que, em caso de resultado positivo, o autoteste não deve ser considerado um diagnóstico definitivo, sendo necessário realizar exames complementares para confirmação da infecção e início da profilaxia pós-exposição (PrEP), que podem ser realizados no Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que, até 2023, mais de 182 mil autotestes foram distribuídos em todo o Brasil. Desses, 37% foram direcionados para uso em PrEP no sistema de saúde e 27% foram retirados para uso individual.

Draurio Barreira, diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis, conclui que “simplificar o processo de testagem e torná-lo mais acessível e menos intimidador são formas de quebrar barreiras e tornar a resposta ao HIV mais eficaz e inclusiva”.

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