Baixa adesão à vacina Qdenga preocupa autoridades de saúde em São Paulo; apenas 256 mil receberam a segunda dose.
18 de Janeiro de 2025 às 09h12

Apenas 10,65% das crianças em SP completaram vacinação contra dengue

Baixa adesão à vacina Qdenga preocupa autoridades de saúde em São Paulo; apenas 256 mil receberam a segunda dose.

Dados recentes revelam que apenas 10,65% das crianças e adolescentes do Estado de São Paulo que fazem parte do público-alvo da imunização contra a dengue completaram o esquema vacinal com as duas doses recomendadas da vacina Qdenga, que teve início em fevereiro de 2024.

Com aproximadamente 2,4 milhões de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos residindo nas cidades selecionadas para a campanha de vacinação, apenas 256 mil receberam a segunda dose, conforme informações da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP).

A primeira dose foi aplicada em cerca de 593 mil pessoas, o que representa 24,68% do público elegível. Isso indica que apenas 43% daqueles que receberam a primeira injeção retornaram para a segunda aplicação, que deve idealmente ocorrer em um intervalo de três meses.

Na capital paulista, onde o público-alvo é estimado em 600 mil crianças e adolescentes, foram aplicadas 229 mil primeiras doses (38,16%) e apenas 128 mil segundas doses (21,33%).

A baixa taxa de imunização é motivo de preocupação, uma vez que as crianças representam o grupo que concentra o maior número de hospitalizações por dengue, logo após os idosos, para os quais a vacina ainda não foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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De acordo com a farmacêutica Takeda, a vacina Qdenga demonstrou eficácia de 81% na redução da dengue sintomática após 30 dias da primeira dose. No entanto, a empresa ressalta que não existem estudos que comprovem a eficácia no médio ou longo prazo para aqueles que não completaram o esquema vacinal. Isso se deve ao fato de que 95% dos participantes da pesquisa de desenvolvimento da vacina receberam as duas doses, limitando a análise para aqueles que tomaram apenas a primeira.

Nos primeiros quinze dias epidemiológicos de 2025, o Estado registrou 30.375 casos suspeitos de dengue, segundo o painel de arboviroses do Ministério da Saúde. Duas mortes foram confirmadas, enquanto 54 estão sob investigação.

A SES-SP informou que, a cada nova remessa da vacina recebida do Ministério da Saúde, são oferecidas orientações aos municípios. Questionada sobre a possibilidade de busca ativa para imunizar os jovens que ainda não receberam a vacina, a pasta destacou que as gestões municipais são responsáveis por definir as estratégias locais.

“O imunizante contra a dengue é distribuído e adquirido pelo Ministério da Saúde (MS), cabendo ao Estado a dispensa aos municípios. Além disso, cada cidade é responsável pela estratégia de vacinação, conforme orientações do órgão federal”, afirmou a SES-SP em nota.

Em resposta à situação, a gestão municipal de São Paulo declarou que o Programa Municipal de Imunizações (PMI) está realizando busca ativa por meio de visitas domiciliares realizadas pelas equipes de Estratégia Saúde da Família (ESF), além de ligações telefônicas, envio de SMS e a estratégia de “Dias D de Vacinação”, com a abertura de todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) aos sábados.

Atualmente, a vacina está disponível nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que funcionam de segunda a sexta-feira, e nas Assistências Médicas Ambulatoriais (AMAs) Integradas, abertas de segunda a sábado, com atendimento das 7h às 19h.

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