Banco Central realiza primeira intervenção no dólar de 2025 com leilões de linha
Dois leilões de venda de dólares, com limite de US$ 2 bilhões, ocorrerão na próxima segunda-feira, 20.
O Banco Central do Brasil anunciou nesta sexta-feira, 17, que realizará dois leilões de linha no mercado de câmbio na próxima segunda-feira, 20. Cada operação terá um limite de captação de até US$ 1 bilhão, totalizando um máximo de US$ 2 bilhões. Esta será a primeira intervenção da autoridade monetária no mercado de câmbio em 2025, após um histórico de injeções significativas no final do ano passado.
Os leilões de linha são uma forma de o Banco Central inserir dólares no mercado, com o compromisso de recompra futura, ou seja, a instituição se compromete a recomprar a moeda em uma data posterior. Essa estratégia é utilizada para garantir a liquidez do mercado e evitar flutuações excessivas na cotação do dólar.
Em dezembro de 2024, o Banco Central já havia realizado catorze intervenções no câmbio, entre leilões de linha e operações à vista. O último leilão ocorreu no dia 30 de dezembro, antes do fechamento dos mercados para o ano novo.
O cenário atual do câmbio é de alta, com o dólar fechando a R$ 6,06 nesta sexta-feira, uma valorização de 0,2% em relação ao dia anterior. Desde o início de 2024, a moeda americana já acumulou uma alta de 27% em relação ao real, refletindo a volatilidade do mercado e a percepção de risco em relação à economia brasileira.
Os leilões programados para segunda-feira ocorrerão na modalidade pós-fixada Selic. O leilão “A” está agendado para o período das 10h20 às 10h25, enquanto o leilão “B” acontecerá das 10h40 às 10h45. A taxa de câmbio utilizada para a venda dos dólares será a Ptax, que será definida às 10h do mesmo dia. A liquidação das operações está prevista para quarta-feira, 22, e as recompras ocorrerão em datas específicas, em novembro e dezembro.
Em dezembro passado, o Banco Central injetou um total de US$ 32,575 bilhões no mercado de câmbio, utilizando tanto leilões à vista quanto leilões de linha. Essa ação foi uma resposta à forte saída de dólares do país e à necessidade de estabilizar o mercado cambial.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou sobre a situação do câmbio e a política monetária, afirmando que não compraria dólares a um preço superior a R$ 5,70. Durante uma entrevista, Haddad destacou a incerteza sobre a trajetória futura do dólar, ressaltando que diversos fatores, tanto internos quanto externos, influenciam a cotação da moeda.
“Se eu dissesse que hoje eu compraria dólar a R$ 6, não, eu não compraria acima de R$ 5,70. Na minha opinião, qualquer coisa acima de R$ 5,70 é caro para os fundamentos da economia brasileira”, afirmou o ministro, enfatizando que não tem a função de fazer recomendações de compra ou venda de moeda.
A volatilidade do dólar é um reflexo das condições econômicas globais e locais, incluindo a política fiscal do governo e as expectativas do mercado em relação às medidas econômicas que estão sendo implementadas. O Banco Central, ao realizar essas intervenções, busca mitigar os impactos de oscilações bruscas na moeda e promover um ambiente de maior estabilidade econômica.
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