Dólar encerra em R$ 6,04 após posse de Trump e intervenção do BC brasileiro
A moeda americana apresentou queda de 0,4% em um dia marcado por leilões do Banco Central e expectativas sobre tarifas nos EUA.
O dólar comercial fechou a segunda-feira (20) cotado a R$ 6,04, apresentando uma queda de 0,4%. O recuo da moeda ocorreu em um contexto de expectativa e cautela em relação à posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à primeira intervenção do Banco Central brasileiro sob a liderança de Gabriel Galípolo.
A desvalorização do dólar foi impulsionada por notícias de que Trump não deverá impor novas tarifas de importação em seu primeiro dia de mandato, o que aliviou temores no mercado. Durante a manhã, a moeda norte-americana chegou a ser negociada a R$ 6,029, mas encerrou a sessão em R$ 6,04.
O Banco Central do Brasil realizou dois leilões de dólares com compromisso de recompra, injetando um total de US$ 2 bilhões no mercado. As operações ocorreram entre 10h20 e 10h45 e visaram estabilizar a cotação da moeda em um momento de volatilidade.
Analistas do mercado financeiro observaram que a intervenção do BC foi uma resposta necessária para garantir a liquidez no mercado cambial. A expectativa é que a nova gestão de Trump traga mudanças significativas nas políticas econômicas dos EUA, o que pode impactar o mercado global.
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de moedas, também apresentou queda de 1,18%, refletindo um movimento global de desvalorização da moeda americana. Essa tendência foi corroborada por dados de emprego que indicam uma possível pressão inflacionária nos Estados Unidos.
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou uma leve alta, fechando aos 122,6 mil pontos, em um ambiente de cautela entre os investidores. A liquidez do mercado foi afetada pelo feriado do Dia de Martin Luther King nos EUA, que resultou em uma menor intensidade de negociações.
Além das intervenções do BC, o mercado também está atento às projeções de inflação no Brasil, que foram elevadas para 5,08% este ano, de acordo com dados do Boletim Focus. A expectativa é que a inflação possa influenciar as decisões de política monetária do Banco Central brasileiro.
Com a posse de Trump, o mercado aguarda ansiosamente por anúncios sobre a nova agenda econômica, que pode incluir uma série de decretos que impactarão setores como energia e comércio internacional. A expectativa é que o presidente assine mais de 100 decretos em seu primeiro dia de governo, o que pode gerar reações imediatas nos mercados financeiros.
Por fim, a intervenção do Banco Central e a postura cautelosa do mercado refletem um cenário de incerteza, onde as decisões políticas e econômicas nos Estados Unidos terão repercussões diretas no Brasil e em outras economias emergentes.
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