Cessar-fogo em Gaza será implementado neste domingo, confirmam autoridades do Catar
O cessar-fogo na Faixa de Gaza começará no domingo (19) às 8h30, após acordo mediado pelo Catar e Egito.
O cessar-fogo na Faixa de Gaza entrará em vigor neste domingo, 19 de novembro, às 8h30 pelo horário local (2h30 pelo horário de Brasília). A confirmação foi feita pelo Ministério das Relações Exteriores do Catar, um dos países mediadores do acordo entre Israel e o grupo Hamas.
O governo israelense aprovou o compromisso na noite de sexta-feira, 17 de novembro, apesar da resistência de setores da extrema direita. O acordo prevê uma primeira fase de seis semanas, durante as quais 33 reféns mantidos pelo Hamas serão libertados em troca de 737 prisioneiros palestinos detidos em Israel.
As trocas de reféns devem começar no domingo, com a identidade dos libertados sendo confirmada ainda na tarde de sábado. A negociação para o fim definitivo das hostilidades será discutida ao final da primeira fase do acordo.
O governo israelense informou que três pontos de acolhimento serão estabelecidos na fronteira entre o sul de Israel e a Faixa de Gaza. Espera-se que as primeiras a serem libertadas sejam três mulheres israelenses, que passarão por exames médicos antes de serem transferidas para hospitais.
Entre os 95 palestinos selecionados para serem libertados, a maioria são mulheres e menores que foram detidos após 7 de outubro de 2023. Destaca-se a inclusão de Zakaria al-Zoubeidi, ex-líder das Brigadas Al-Aqsa, braço armado do partido Fatah, que é apontado como organizador de atentados em território israelense.
Além disso, o governo francês confirmou que dois franco-israelenses, Ofer Kalderon, de 54 anos, e Ohad Yahalomi, de 50, estão entre os reféns que serão libertados na primeira fase do acordo. Eles foram sequestrados do kibutz Nir Oz, onde estavam com seus filhos, que já foram libertados em uma trégua anterior em novembro de 2023.
“Esse é o momento que tanto aguardávamos. Espero realmente que veremos meu avô voltar para casa vivo”, declarou Daniel Lifshitz, neto de Oded Lifshitz, de 84 anos, sequestrado em 7 de outubro de 2023.
O acordo ratificado por Israel também prevê o retorno de moradores palestinos deslocados às suas residências e a entrada de 600 caminhões de ajuda humanitária por dia na Faixa de Gaza.
“Vou retirar os escombros da minha casa e montar uma barraca lá”, disse Umm Khalil Bakr, que deixou sua residência na Cidade de Gaza para se refugiar no campo de Nusseirat. “Sabemos que estará frio e que não teremos cobertores para dormir, mas o que importa é voltar para nossa terra”, completou.
De acordo com a ONU, a guerra na Faixa de Gaza resultou em destruições sem precedentes, com quase 47 mil palestinos mortos, a maioria civis. Do lado israelense, 1.210 pessoas perderam a vida nos ataques de 7 de outubro de 2023, e entre as 251 sequestradas, 94 ainda estão em cativeiro e 34 morreram.
Nas horas que antecedem a implementação do acordo, as operações israelenses continuam na região, com relatos de pelo menos 23 mortes no território palestino, conforme informações do Ministério da Saúde palestino, que é administrado pelo Hamas.
Em um comunicado, o Hamas afirmou que Israel “não conseguiu atingir seus objetivos agressivos e apenas cometeu crimes de guerra que desrespeitam a humanidade”.
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