O Ministério Público do Rio de Janeiro acusa Evelise Pochmann da Silva de proferir ofensas racistas em desentendimento no trabalho.
19 de Janeiro de 2025 às 13h59

Médica da UFRJ é denunciada por injúria racial contra técnica de enfermagem

O Ministério Público do Rio de Janeiro acusa Evelise Pochmann da Silva de proferir ofensas racistas em desentendimento no trabalho.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) apresentou uma denúncia contra a médica Evelise Pochmann da Silva, que atua na Maternidade Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por injúria racial. A acusação surge após um desentendimento ocorrido no ambiente de trabalho, onde a médica teria proferido ofensas racistas contra uma técnica de enfermagem.

De acordo com a denúncia, durante a manhã do dia 1º de abril de 2024, Evelise teria questionado a organização das tarefas e, em meio a essa discussão, disparou insultos como: “Vai trabalhar como? Vai lavar? Vai passar? Eu vou te colocar no tronco!” A última frase é uma referência ao período da escravidão no Brasil, o que agrava a gravidade da situação.

A reportagem tentou contato com Evelise Pochmann, mas não obteve resposta. A defesa da médica não foi localizada, e a UFRJ também não retornou aos pedidos de comentário sobre o caso.

O MPRJ, através da 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada, pede que Evelise seja condenada à prisão por injúria racial, crime cuja pena pode variar de 2 a 5 anos de reclusão. Além disso, os procuradores solicitam que a médica pague uma indenização por danos morais à vítima.

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O promotor de Justiça Alexandre Themístocles, responsável pelo caso, afirmou que a conduta da médica “feriu a honra e a dignidade da vítima, reforçando estereótipos racistas e a ideia preconceituosa de que pessoas negras não seriam aptas para trabalhos intelectuais”.

Esse caso ocorre em um contexto de crescente atenção às questões de racismo e discriminação no Brasil, especialmente em ambientes profissionais. A denúncia do MPRJ destaca a necessidade de responsabilização por atitudes que perpetuam a desigualdade racial.

A Maternidade Escola da UFRJ, uma das instituições de saúde mais respeitadas do país, enfrenta agora um desafio em sua imagem institucional, especialmente em tempos em que a sociedade demanda maior respeito e igualdade.

O desfecho deste caso ainda é incerto, mas a denúncia já provoca debates sobre a cultura de respeito e inclusão no ambiente de trabalho, especialmente em instituições de ensino e saúde, onde a diversidade deve ser valorizada e protegida.

O MPRJ reafirma seu compromisso em combater qualquer forma de discriminação, e este caso poderá servir como um importante precedente na luta contra o racismo no Brasil.

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