Bolsonaro desmente contato com Valdemar Costa Neto e critica governador de SC
O ex-presidente Jair Bolsonaro negou qualquer comunicação com Valdemar Costa Neto após declaração do governador Jorginho Mello.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), negou neste sábado, 18, que mantenha contato com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. A afirmação foi uma resposta às declarações do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, também do PL, que em entrevista afirmou que os dois “conversam muito”. Ambos estão sob investigação e têm restrições de comunicação impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para evitar a obstrução das investigações relacionadas à tentativa de golpe que tramita na Corte.
“Jorginho Mello deu uma escorregada. No momento da entrevista, ele disse que lamentou não poder falar com o Valdemar e afirmou que eu tenho conversado muito com o Valdemar. Então, não é verdade, foi um ato falho dele. Pelo que sei, ele fez uma nota no mesmo dia”, declarou Bolsonaro.
As declarações do ex-presidente foram feitas na manhã deste sábado enquanto ele acompanhava sua esposa, Michelle Bolsonaro, no Aeroporto de Brasília. A ex-primeira-dama faz parte da comitiva que acompanhará a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, marcada para segunda-feira, em Washington.
Na última segunda-feira, 13, o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, havia afirmado em entrevista à rádio Jovem Pan que Bolsonaro e Valdemar “conversam muito”.
“Nosso presidente Valdemar conversa muito com o presidente Bolsonaro, que é o presidente de honra, né? Espero que daqui um pouquinho eles possam conversar na mesma sala, né? Para se ajudar ainda mais”, disse Mello.
Após a entrevista, o ministro Moraes, que é o relator do inquérito, determinou que a Polícia Federal tome o depoimento do governador em até 15 dias para apurar se Bolsonaro e Valdemar mantiveram contato recentemente.
Caso a comunicação entre os dois seja comprovada, isso configurará o descumprimento da medida cautelar imposta pelo ministro em fevereiro de 2024, no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta trama de golpe de Estado em 2022, após a derrota de Bolsonaro nas eleições presidenciais para Luiz Inácio Lula da Silva.
A situação se torna ainda mais delicada considerando o contexto político atual, onde as investigações estão em andamento e a comunicação entre os investigados é rigorosamente monitorada.
O ex-presidente Jair Bolsonaro, que continua a ser uma figura central na política brasileira, tem enfrentado uma série de desafios legais e políticos desde sua saída da presidência. A relação com Valdemar Costa Neto, que também está sob investigação, é um tema sensível e que pode impactar a dinâmica política do PL e suas estratégias futuras.
O desdobramento dessa situação poderá influenciar não apenas a imagem de Bolsonaro, mas também a do partido, que busca se reestruturar após as eleições e as recentes controvérsias que cercam seus membros.
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