Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, refuta boatos sobre taxação de veículos com mais de 20 anos e alerta sobre fake news.
14 de Janeiro de 2025 às 14h53

Haddad desmente fake news sobre taxa ambiental para veículos antigos e critica desinformação

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, refuta boatos sobre taxação de veículos com mais de 20 anos e alerta sobre fake news.

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu nesta terça-feira (14) uma notícia falsa que circula nas redes sociais, afirmando que o governo federal pretende criar uma taxa ambiental para veículos com mais de 20 anos de fabricação. A informação, que se espalhou como se fosse uma reportagem do portal de notícias, foi classificada por Haddad como uma fake news.

Segundo o ministro, nem o site mencionado publicou tal informação, e ele não fez nenhum anúncio sobre a criação de um tributo ambiental. Haddad comentou a situação em um contexto mais amplo, ressaltando a importância do combate à desinformação, especialmente após a decisão da Meta, empresa que controla plataformas como Facebook e Instagram, de encerrar seu serviço de checagem de informações nos Estados Unidos.

“Parece que depois desse alinhamento das big techs com a extrema direita, nós vamos ter, efetivamente, dias difíceis pela frente. E isso consome energia do governo, consome energia do Estado, dos funcionários públicos para combater um tipo de barbaridade que, com esse alinhamento com o fascismo, deve acontecer mais”, afirmou o ministro.

Haddad também alertou sobre o fenômeno das notícias falsas que se espalham rapidamente por meio do que ele chamou de “tio do zap”, onde as pessoas preferem se informar por links enviados em mensagens, sem verificar a veracidade das informações, ao invés de acessar diretamente portais de notícias e canais oficiais.

“Algumas pessoas não estão levando a sério o que isso pode significar para a democracia ao se colocar na boca de uma pessoa uma frase que ela não proferiu com requinte tecnológico que faz com que muita gente acreditasse naquilo”, reforçou.

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A desconfiança em relação ao governo tem crescido, especialmente após episódios como a taxação de compras internacionais, que foi inicialmente negada pelo governo, mas posteriormente implementada. Essa falta de credibilidade contribui para a proliferação de boatos e desinformação, tornando o ambiente ainda mais propenso a fake news.

Recentemente, uma publicação viral nas redes sociais afirmava que o governo tinha criado uma taxa ambiental para veículos com mais de 20 anos, equivalente a 1% da tabela Fipe. O objetivo, segundo a mensagem, seria arrecadar recursos para programas sociais, como o Bolsa Família, além de financiar operações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

Por meio de uma nota, a Fazenda desmentiu a proposta de criação de uma taxa ambiental para veículos antigos. O ministro Fernando Haddad reiterou que a informação é falsa e lamentou ser alvo de mais uma peça de desinformação. Ele destacou que a imagem que circula nas redes sociais imita o visual do portal G1, que não publicou nada sobre o assunto.

“Infelizmente, às vezes as pessoas preferem confiar na fake news do que na própria imprensa”, declarou Haddad. “Existem muitas pessoas hoje que falam: ‘não, eu não leio jornal porque eu recebo tudo no zap do tio’. Mas o zap do tio virou fonte de informação. O fato é que é muito sério e muito desagradável passar por isso uma segunda vez na mesma semana”, completou.

O episódio atual se soma a uma série de desinformações que têm circulado, incluindo alegações distorcidas sobre a reforma tributária. O ministro destacou a necessidade de que as pessoas busquem informações em fontes confiáveis antes de acreditar em boatos.

Atualmente, algumas cidades litorâneas, como Bombinhas (SC) e Ubatuba (SP), possuem a Taxa de Preservação Ambiental (TPA), que visa promover a sustentabilidade e a preservação da natureza, cobrando tarifas de veículos turísticos que visitam essas localidades. Contudo, essa taxa é específica para essas cidades e não está relacionada à proposta falsa que circula nas redes sociais.

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