Boulos processa Nikolas alegando fake news e deputado responde: 'Se era fake news, por que revogou?'
O embate entre os deputados Guilherme Boulos e Nikolas Ferreira gira em torno de acusações e a revogação de regras do Pix.
O deputado federal Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol-SP), anunciou que tomará medidas judiciais contra o deputado Nikolas Ferreira, do Partido Liberal (PL-MG), em decorrência de acusações de disseminação de fake news relacionadas à fiscalização do sistema de pagamentos Pix. A declaração de Boulos foi feita em suas redes sociais, onde ele se referiu a Ferreira como “covarde” por não ter participado de um debate sobre o tema.
“Estou entrando HOJE com ação judicial contra Nikolas Ferreira pelas fake news que espalhou sobre o PIX. Como todo bolsonarista, é um covarde. Fugiu do debate. Vamos ver se agora vai fugir do Oficial de Justiça”, escreveu Boulos em um post no Twitter, reforçando sua indignação com a situação.
A ação de Boulos surge em resposta a um vídeo publicado por Nikolas, onde o deputado criticou as novas regras de fiscalização do Pix, sugerindo que elas poderiam levar os brasileiros a evitarem o uso desse sistema de pagamento, bem como cartões de crédito e débito, para escapar da fiscalização da Receita Federal.
“O vilão do Brasil é quem ganha R$ 5 mil e não declara para poder sobreviver”, afirmou Nikolas em sua crítica, questionando a eficácia das novas regras.
Em uma entrevista à CNN, Nikolas Ferreira questionou a decisão do governo federal de revogar a nova regra de monitoramento do Pix, indagando: “Se era fake news, por que revogou?”. Ele destacou a confusão gerada pela comunicação do governo e a falta de clareza nas informações apresentadas.
“Deixei muito claro no meu vídeo que não importa se você é de esquerda, direita, centro… isso é uma luta que o Brasil uniu em prol de não ter o governo tendo a possibilidade de ter uma lupa no seu dinheiro”, complementou o deputado, enfatizando a importância da liberdade financeira dos cidadãos.
A revogação da norma de monitoramento do Pix ocorreu um dia após a repercussão do vídeo de Nikolas, que obteve mais de 200 milhões de visualizações em 24 horas. O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, justificou a decisão, afirmando que a regra se tornara “uma arma na mão de criminosos” e que o governo não queria prejudicar o debate sobre a questão.
A nova medida tinha como objetivo ampliar a supervisão de dados sobre transações financeiras acima de R$ 5 mil realizadas por pessoas físicas e R$ 15 mil por empresas. A decisão de revogar a norma foi influenciada pela pressão popular e pela crítica generalizada à fiscalização excessiva.
O embate entre Boulos e Nikolas reflete a polarização política no Brasil, onde questões relacionadas à fiscalidade e à liberdade econômica têm gerado intensos debates. A situação continua a evoluir, com ambos os lados se preparando para possíveis desdobramentos legais e políticos.
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