Durante reunião com ministros, presidente relembra episódios que quase custaram sua vida e fala sobre futuro político.
21 de Janeiro de 2025 às 20h44

Lula afirma que decisão sobre reeleição em 2026 depende de Deus e de sua saúde

Durante reunião com ministros, presidente relembra episódios que quase custaram sua vida e fala sobre futuro político.

BRASÍLIA – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reiterou, em reunião ministerial realizada na última segunda-feira, 20, que ainda não tem certeza se será candidato à reeleição em 2026. Ele afirmou que sua decisão dependerá da “vontade de Deus” e de sua condição de saúde. Participantes da reunião relataram que, independentemente de quem concorra no próximo pleito, a gestão deve terminar de forma sólida.

A reunião, que ocorreu na Granja do Torto, uma das residências oficiais da presidência, durou cerca de sete horas e teve como foco o alinhamento da gestão, especialmente em relação à comunicação nos próximos dois anos de governo.

Durante o encontro, Lula mencionou a importância de estar em boa saúde para tomar a decisão sobre sua candidatura. Ele destacou que “Deus definirá se serei candidato ou não”, de acordo com relatos de pessoas presentes.

O presidente também recordou episódios recentes em que poderia ter perdido a vida, como quando o avião presidencial enfrentou problemas técnicos em outubro do ano passado, durante o retorno de uma viagem ao México. Além disso, ele mencionou um acidente doméstico no Palácio da Alvorada, que resultou em dois procedimentos cirúrgicos em dezembro para tratar uma hemorragia intracraniana.

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Na abertura da reunião, Lula declarou que “2026 já começou” e que seus adversários políticos “já estão em campanha”. Ele enfatizou que, na próxima eleição, seu objetivo é “eleger um governo em 2026 para continuar o processo democrático no Brasil”, afirmando que “não queremos entregar o País de volta ao neofascismo, neonazismo e autoritarismo”.

O presidente também afirmou estar “totalmente recuperado” após a queda que sofreu no banheiro no ano anterior. Esta foi a primeira vez que participou de um evento sem o chapéu panamá, que vinha usando desde a cirurgia, embora tenha voltado a utilizá-lo posteriormente.

Em relação ao seu futuro político, Lula enfatizou a necessidade de manter um diálogo próximo com os partidos aliados. Ele pediu aos ministros que se relacionem com suas respectivas bancadas para garantir a aprovação de projetos importantes do governo, destacando a importância da coesão dentro da base governista.

Os ministros e representantes dos partidos aliados, como PSD, MDB, Republicanos, União Brasil e PP, reagiram com cautela às declarações de Lula. Embora reconheçam a relevância de suas palavras, muitos consideram que a situação política exige um esforço conjunto para garantir a governabilidade e o apoio nas votações do Congresso.

Apesar das incertezas sobre sua candidatura, Lula deixou claro que espera um empenho total de seus ministros para garantir a vitória nas próximas eleições, mesmo que ele não seja o candidato. Para muitos dentro do governo, ele continua sendo a figura mais viável para liderar o PT em uma futura campanha presidencial, embora pareça considerar um papel alternativo ou de suporte, ao invés de estar na linha de frente novamente.

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