Ação da Polícia Civil revela esquema de venda de produtos impróprios para consumo humano após enchente em Porto Alegre.
22 de Janeiro de 2025 às 12h34

Polícia investiga revenda de 800 toneladas de carne estragada no RJ

Ação da Polícia Civil revela esquema de venda de produtos impróprios para consumo humano após enchente em Porto Alegre.

Uma investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro revelou um esquema de revenda de carne estragada que teria sido adquirida durante as enchentes que devastaram Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em maio de 2024. A operação, denominada "Carne Fraca", foi deflagrada nesta quarta-feira (22) e resultou na prisão de um dos sócios da empresa responsável pela negociação, localizada em Três Rios, município a cerca de 120 quilômetros da capital fluminense.

Durante as fortes chuvas que atingiram a região sul do Brasil, diversas áreas foram alagadas, e a empresa de Três Rios adquiriu 800 toneladas de carne bovina que ficaram submersas. A justificativa apresentada pelos empresários era que o produto seria destinado à fabricação de ração animal. No entanto, as investigações indicam que a carne foi revendida para consumo humano, colocando em risco a saúde de consumidores em todo o país.

A operação contou com a participação da Delegacia do Consumidor (Decon) e teve como foco o cumprimento de mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados. Durante as diligências, foram encontradas carnes armazenadas de forma inadequada, além de outros alimentos impróprios para o consumo. A polícia informou que, em alguns locais, o descarte irregular de materiais, como caixas de papelão e sacos plásticos, foi observado, indicando a má gestão dos produtos alimentícios.

Os investigadores apuraram que os sócios da empresa, cientes da condição da carne, obtiveram lucros exorbitantes, que superaram 1.000%, ao revender os produtos. A prática criminosa não apenas viola normas de segurança alimentar, mas também representa um grave risco à saúde pública.

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Os crimes pelos quais os envolvidos podem ser responsabilizados incluem associação criminosa, receptação, adulteração e corrupção de alimentos. A investigação é um desdobramento de um trabalho mais amplo que busca coibir práticas ilegais no setor alimentício, especialmente em um momento em que a segurança alimentar é uma preocupação crescente em todo o Brasil.

Além da prisão em flagrante, a operação resultou na apreensão de diversos produtos que estavam em condições inadequadas de armazenamento. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, em colaboração com a Decon do Rio Grande do Sul, segue investigando o caso para identificar outros possíveis envolvidos e desmantelar a rede de comercialização de alimentos impróprios.

Os agentes de segurança pública alertam que a compra e venda de produtos alimentícios que não atendem aos padrões de qualidade e segurança pode ter consequências graves para a saúde dos consumidores. A população é orientada a estar atenta à procedência dos alimentos que adquirem, especialmente em situações de crise e desastres naturais.

Até o fechamento desta reportagem, a Polícia Civil não havia divulgado o nome da empresa envolvida na investigação, mas as diligências continuam em busca de mais evidências e possíveis responsáveis pela prática criminosa.

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