Um cidadão chinês foi assassinado no nordeste do Afeganistão, e o grupo Estado Islâmico assumiu a autoria do crime.
22 de Janeiro de 2025 às 15h19

Trabalhador chinês é morto no Afeganistão; EI reivindica responsabilidade pelo ataque

Um cidadão chinês foi assassinado no nordeste do Afeganistão, e o grupo Estado Islâmico assumiu a autoria do crime.

Um trabalhador chinês foi morto no nordeste do Afeganistão enquanto se dirigia ao distrito de Dasht-e-Qala, conforme informações divulgadas por autoridades talibãs. O ataque ocorreu na terça-feira, quando o homem, identificado apenas pelo sobrenome Li, estava acompanhado de um intérprete. O intérprete não sofreu ferimentos.

O porta-voz da polícia talibã, Mohammed Akbar, relatou que o cidadão chinês foi atacado por “pessoas desconhecidas”. O porta-voz do Ministério do Interior, Abdul Mateen Qani, acrescentou que Li trabalhava para uma empresa de mineração e que as autoridades haviam instruído os trabalhadores a informar sobre seus deslocamentos, algo que ele não fez.

“Esse indivíduo não comunicou à segurança local ou ao seu escritório. Ele levou o tradutor consigo e foi morto por pessoas desconhecidas”, disse Qani.

O grupo jihadista Estado Islâmico (EI) reivindicou a responsabilidade pelo ataque, alegando que seus combatentes dispararam contra o veículo que transportava o trabalhador chinês, descrevendo-o como um “comunista”. A informação foi confirmada pelo SITE Intelligence Group, que monitora atividades de grupos extremistas.

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O EI, em um comunicado, afirmou que o ataque foi uma ação deliberada contra um colaborador do Talibã, sem apresentar provas que sustentassem suas alegações de que Li estaria envolvido em atividades de inteligência para o grupo talibã.

Desde a retirada das tropas estrangeiras em 2021 e o retorno do Talibã ao poder, ataques contra estrangeiros têm se tornado raros no Afeganistão. Contudo, a situação de segurança permanece delicada, especialmente com a presença de grupos como o EI, que continuam a desafiar a autoridade do Talibã.

As relações entre a China e o Talibã são complexas, uma vez que o governo talibã busca atrair investimentos estrangeiros, especialmente da China, que tem interesse nas vastas reservas minerais do Afeganistão. Em 2023, o país asiático firmou contratos de mineração com empresas locais, que incluem parcerias com nações como China, Irã e Turquia.

O governo chinês, por sua vez, tem incentivado seus cidadãos a deixar o Afeganistão em decorrência de ataques anteriores, como o ocorrido em dezembro de 2022, quando militantes do Estado Islâmico atacaram um hotel de propriedade chinesa em Cabul.

O incidente mais recente levanta preocupações sobre a segurança dos trabalhadores estrangeiros no Afeganistão e a capacidade do Talibã de garantir a proteção de cidadãos de outros países em seu território.

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