Marina, socióloga e cicloativista, morreu em 2020 após ser atropelada em São Paulo; julgamento do réu começa às 12h30.
23 de Janeiro de 2025 às 13h35

Motorista que atropelou e matou ciclista Marina Harkot será julgado nesta quinta-feira

Marina, socióloga e cicloativista, morreu em 2020 após ser atropelada em São Paulo; julgamento do réu começa às 12h30.

O julgamento de José Maria da Costa Júnior, motorista acusado de atropelar e matar a ciclista e socióloga Marina Kohler Harkot, de 28 anos, ocorrerá nesta quinta-feira, 23, a partir das 12h30, no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo. O caso remonta a 8 de novembro de 2020, quando Marina foi atingida por um Hyundai Tucson enquanto pedalava pela Avenida Paulo VI, em Pinheiros, e o motorista fugiu sem prestar socorro.

Marina, que era pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e atuava no campo da ciclomobilidade e questões de gênero, morreu no local do acidente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado por uma policial que presenciou o atropelamento, mas não conseguiu salvá-la.

O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que o réu enfrentará o júri popular pelos crimes de homicídio qualificado com dolo eventual, omissão de socorro e embriaguez ao volante. Sete testemunhas estão previstas para serem ouvidas durante o julgamento, que deve durar dois dias.

Segundo a investigação, José Maria da Costa Júnior teria consumido bebida alcoólica antes de dirigir. Após o atropelamento, ele abandonou o veículo e se apresentou ao 14º Distrito Policial de Pinheiros mais de 48 horas depois do ocorrido, acompanhado de um advogado.

Amigos e familiares de Marina realizarão uma vigília em frente ao fórum durante o julgamento. Eles esperam que a justiça seja feita e que o réu seja responsabilizado pela morte da socióloga. O pai de Marina, Paulo Harkot, expressou sua indignação: “Estamos aqui para acompanhar o julgamento do irresponsável que atropelou a vida da Marina desnecessariamente”.

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Marina era reconhecida por seu trabalho acadêmico e ativismo em prol do uso da bicicleta como meio de transporte. Sua pesquisa focava em entender os motivos pelos quais as mulheres utilizam menos a bicicleta em comparação aos homens, contribuindo para o debate sobre mobilidade urbana e gênero.

O julgamento de Costa Júnior, que estava inicialmente agendado para junho de 2020, foi adiado devido à alegação do réu de estar doente. O caso gerou grande repercussão na sociedade, especialmente entre os defensores dos direitos dos ciclistas e do transporte sustentável.

O acidente que vitimou Marina Harkot trouxe à tona questões sobre a segurança dos ciclistas nas grandes cidades e a necessidade de um trânsito mais responsável. A Avenida Paulo VI, onde ocorreu o atropelamento, possui quatro faixas e a velocidade máxima permitida é de 50 km/h.

Marina era descrita como uma pesquisadora brilhante e sorridente, com um futuro promissor pela frente. Sua morte não apenas deixou um vazio na vida de seus familiares e amigos, mas também na comunidade acadêmica e entre os ativistas que lutam por um trânsito mais seguro e inclusivo.

O caso de Marina Harkot é um exemplo da luta contínua por justiça e segurança no trânsito, e a expectativa é que o julgamento traga respostas e, principalmente, justiça para a família e amigos da socióloga.

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