O governo não considera alterar a data de validade dos produtos alimentícios, afirma o ministro do Desenvolvimento Agrário.
23 de Janeiro de 2025 às 15h18

Ministro Paulo Teixeira descarta mudanças nas regras de validade de alimentos

O governo não considera alterar a data de validade dos produtos alimentícios, afirma o ministro do Desenvolvimento Agrário.

BRASÍLIA - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, reafirmou nesta quinta-feira (23) que o governo federal não está avaliando a possibilidade de modificar as regras sobre a data de validade dos alimentos. A declaração foi feita após uma reunião no Palácio do Planalto, onde foram discutidas estratégias para enfrentar o aumento dos preços dos alimentos.

Teixeira se reuniu com os ministros Rui Costa, da Casa Civil, e Carlos Fávaro, da Agricultura, para elaborar um conjunto de propostas que será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima sexta-feira (24). O foco das discussões é a inflação dos alimentos, que se tornou uma preocupação central para o governo, especialmente em um ano eleitoral.

A ideia de flexibilizar as regras de validade surgiu a partir de sugestões da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que buscava alternativas para permitir a comercialização de produtos após a data de validade, a fim de oferecer preços mais acessíveis. No entanto, essa proposta foi rapidamente descartada pelo governo, que não pretende adotar essa medida.

“Isso aí já foi corrigido. Foi um equívoco de comunicação. Isso está fora”, afirmou Teixeira, referindo-se à possibilidade de alteração nas regras. A declaração foi feita em um momento em que o governo busca evitar críticas e reações negativas do mercado, especialmente após comentários de Rui Costa que sugeriam intervenções diretas nos preços dos alimentos.

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Na quarta-feira (22), Rui Costa havia mencionado a intenção do governo de buscar “intervenções” para reduzir os preços, o que gerou apreensão entre empresários e analistas econômicos. Após a repercussão negativa, o ministro se retratou, afirmando que o governo está estudando “ações” e “medidas” para enfrentar a situação, sem planejar intervenções diretas.

O presidente Lula também expressou sua preocupação com os preços elevados dos alimentos, que, segundo ele, estão pesando no orçamento das famílias brasileiras. Em uma reunião ministerial, Lula enfatizou a necessidade de encontrar soluções que tornem os preços mais compatíveis com a renda da população.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que a inflação dos alimentos em domicílios atingiu 8,23% em 2024, com destaque para o aumento significativo nos preços de carnes (20,84%), café moído (39,60%), leite (18,83%) e frutas (12,12%). Esses números refletem a pressão inflacionária que o setor alimentício enfrenta e a urgência de medidas eficazes por parte do governo.

O encontro de sexta-feira contará com a presença dos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Guilherme Mello, secretário de Política Econômica, além de Teixeira, Costa e Fávaro. As propostas discutidas serão fundamentais para a definição das ações do governo no combate à inflação dos alimentos.

O aumento dos preços dos alimentos tem sido um tema recorrente nas discussões políticas e econômicas do Brasil, especialmente em um contexto onde a inflação impacta diretamente a vida da população. O governo está sob pressão para apresentar soluções que aliviem o peso dos preços elevados sobre os consumidores.

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