Durante reunião, ministro do Desenvolvimento Agrário descarta medidas interventivas para baratear alimentos.
23 de Janeiro de 2025 às 16h15

Ministro Paulo Teixeira afirma: 'Foi equívoco' a ideia de intervenção nos preços

Durante reunião, ministro do Desenvolvimento Agrário descarta medidas interventivas para baratear alimentos.

BRASÍLIA, DF - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou nesta quinta-feira (23) que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não considera a possibilidade de realizar qualquer tipo de intervenção nos preços dos alimentos. Teixeira classificou como um “equívoco de comunicação” a ideia de que medidas interventivas estariam em pauta.

A declaração do ministro ocorreu durante uma reunião no Palácio do Planalto, onde foram discutidas estratégias para a redução dos preços dos alimentos, um tema que se tornou prioridade para o governo, especialmente após cobranças do presidente Lula em reunião ministerial na última segunda-feira (20).

“Isso aí já foi corrigido. Foi um equívoco de comunicação. Isso está fora [das medidas]. O presidente já falou, já afastou qualquer possibilidade de intervenção nisso. Casa Civil já esclareceu”, disse Paulo Teixeira ao chegar ao Planalto.

A reunião contou com a presença dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Carlos Fávaro (Agricultura) e Fernando Haddad (Fazenda), além do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello. O encontro foi convocado para discutir ações que visem a redução dos preços dos alimentos, considerados um dos principais vilões da inflação.

- CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE -

O tema ganhou destaque após Rui Costa mencionar um “conjunto de intervenções” para baratear os preços, o que gerou preocupações no mercado sobre possíveis medidas do governo que poderiam impactar a economia a médio prazo. Após a repercussão negativa, a Casa Civil negou que o governo planeje intervir diretamente nos preços, afirmando que estuda “ações” que resultem na redução dos custos.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram que os alimentos consumidos em casa apresentaram uma inflação de 8,23% em 2024, com destaque para o aumento nos preços das carnes (20,84%), café moído (39,60%), leite (18,83%) e frutas (12,12%).

Além disso, o governo também enfrentou críticas em relação a uma suposta proposta de alteração nas regras de validade dos alimentos, sugerida pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). A possibilidade de mexer nas normas de validade gerou reações negativas nas redes sociais e foi amplamente explorada pela oposição, que alegou que isso poderia levar à venda de alimentos vencidos.

Rui Costa, em entrevista à CNN Brasil, desmentiu a hipótese de mudanças nas regras de validade, ressaltando que essa prática não é comum no Brasil. “Foram várias sugestões [do setor varejista] que estarão incluídas nessas análises que iremos fazer agora. Essa não é a cultura do Brasil, não é a prática do Brasil, então não vejo nenhuma possibilidade dessa sugestão específica ser adotada”, afirmou.

A discussão sobre a redução dos preços dos alimentos permanece em pauta, com a expectativa de que um pacote de medidas seja apresentado ao presidente Lula na próxima sexta-feira (24). O governo busca alternativas que possam efetivamente ajudar a aliviar o peso dos altos preços na mesa do trabalhador brasileiro.

Veja também:

Tópicos: