Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento mostra variações nos preços de hortaliças em diversas regiões do Brasil.
23 de Janeiro de 2025 às 14h10

Cebola, cenoura e tomate têm alta nos preços do atacado em dezembro, diz Conab

Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento mostra variações nos preços de hortaliças em diversas regiões do Brasil.

Os preços da cebola, cenoura e tomate apresentaram aumento no atacado durante o mês de dezembro de 2024, conforme relatório divulgado nesta quinta-feira, 23, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O boletim, parte do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), analisa os preços em nove centrais de abastecimento, incluindo São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás, Pernambuco, Ceará e Acre.

A cebola teve um aumento de 8,36% em relação ao mês anterior, atingindo uma média de R$ 2,07 por quilo. O tomate também subiu, com uma alta de 18,07%, alcançando R$ 3,03 por quilo. No entanto, a cenoura registrou o maior aumento, com uma elevação de 19,63%, chegando a R$ 2,30 por quilo.

Segundo a Conab, “com a transição da safra no mercado, o preço da cebola voltou a subir após um longo período de queda”. O relatório destaca que, em dezembro, a região Sul do Brasil se tornou o principal fornecedor do produto. Apesar do aumento nos preços, a Conab observa que “o quadro de preços baixos permanece” no mercado.

A cenoura, que já havia subido por dois meses consecutivos, teve sua elevação atribuída à concentração de oferta em Minas Gerais, uma vez que os estados da Bahia e Goiás enviaram menores quantidades ao mercado. A Conab também alerta que, para o início de 2025, a previsão de produção “parece não ser satisfatória”, devido às chuvas previstas, especialmente no Sudeste, que podem prejudicar a colheita e, consequentemente, a oferta.

Em relação ao tomate, após uma queda significativa devido ao excesso de oferta no segundo semestre, a restrição do produto no último mês do ano resultou na reversão dessa tendência, conforme o Boletim Prohort. Contudo, a Conab ressalta que, no segundo semestre, os produtores de tomate “acumularam prejuízos”, uma vez que o preço de venda ficou abaixo do custo de produção.

Sobre a alface, o relatório não identificou uma tendência definida, com variações significativas de preços entre as Ceasas. A maior alta foi registrada em Pernambuco, com um aumento de 44% em dezembro em comparação a novembro. Em Goiás, o preço caiu 20,96%, enquanto em São Paulo, na Ceagesp, houve uma queda de 11,66%. “É importante lembrar que em novembro a alta de preço foi significativa, com uma variação positiva na média ponderada de 43,91%”, destaca a Conab. “Chuvas constantes nas áreas produtoras provocaram maiores variações de oferta e preço no mercado.”

Quanto à batata, após uma sequência de quedas desde julho de 2024, o preço reagiu em novembro devido à menor oferta. Contudo, em dezembro, voltou a cair de forma significativa, em razão do aumento da oferta proveniente do Paraná, que foi 21% superior à de novembro.

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Frutas

O levantamento da Conab também apontou que os preços de algumas frutas subiram em dezembro em comparação ao mês anterior. A banana, por exemplo, teve um aumento de 11,1%, atingindo R$ 3,69 por quilo. A melancia subiu 7,07%, para R$ 2 por quilo, enquanto a maçã registrou um aumento de 2,45%, alcançando R$ 9,23 por quilo. Entre as quedas, a laranja se destacou, com uma desvalorização média de 8,26%, caindo para R$ 4,33 por quilo. O mamão também apresentou queda, de 5,29%, custando R$ 4,10 por quilo.

A Conab explica que a alta da banana não foi maior devido à concorrência com outras frutas e à redução do consumo durante as férias escolares, além da queda nas exportações, mesmo com a oferta reduzida. O boletim ainda menciona que “há boas perspectivas para as vendas externas de banana nanica em 2025”.

A maçã teve aumento de preço devido ao fim da safra 2023/24 no Brasil, embora as importações aquecidas tenham ajudado a manter as cotações internas. “As exportações continuaram baixas, devido à quebra de safra”, comenta a Conab.

O mamão também enfrentou restrições de oferta, conforme o boletim. “Houve uma queda na comercialização nas Ceasas analisadas devido à diminuição da colheita de ambas as variedades de mamão (papaia e formosa), com descartes feitos pelos produtores para evitar que o preço caísse, e a queda de produção após o pico de oferta em outubro”, informa a estatal. “Além disso, chuvas atrasaram a colheita e contribuíram para a menor oferta da fruta no atacado e no varejo.”

No caso da melancia, foram observadas oscilações nos preços e uma queda na comercialização, em parte devido à demanda estagnada em alguns centros consumidores, influenciada pelas chuvas e pela queda das temperaturas. A oferta originária de Uruana (GO) também não foi suficiente para compensar a demanda nas Ceasas das principais praças produtoras do mês, como São Paulo e Bahia.

A laranja, segundo a Conab, apresentou queda de preço, embora ainda se mantenha em níveis elevados, com maior comercialização nas Ceasas, especialmente nas praças do Sudeste, que recebem muitas frutas do cinturão citrícola.

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