Produção de café no Brasil deve cair 4,4% e chegar a 51,8 milhões de sacas em 2025
Conab aponta que adversidades climáticas e ciclo de baixa bienalidade impactam a safra do maior produtor global.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta terça-feira (28) a primeira estimativa para a safra de café do Brasil em 2025, que deve alcançar 51,8 milhões de sacas de 60 kg. Este número representa uma queda de 4,4% em relação à produção do ano anterior.
De acordo com a Conab, a redução na produção é atribuída a um ciclo de baixa bienalidade e a adversidades climáticas que têm afetado o país desde 2021. O gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, ressaltou que “essa queda é reflexo de toda uma conjuntura climática observada nos últimos anos”.
As condições climáticas desfavoráveis, como restrições hídricas e altas temperaturas durante as fases de floração, impactaram negativamente a produtividade. A estimativa é que a colheita média nacional fique em 28 sacas por hectare, o que representa uma redução de 3% em comparação com a safra anterior.
A área total destinada ao cultivo de café no Brasil deve aumentar 0,5%, alcançando 2,25 milhões de hectares. Deste total, 1,85 milhão de hectares são de lavouras em produção, o que significa uma diminuição de 1,5% em relação a 2024. Além disso, há 391,46 mil hectares dedicados a lavouras em formação, um crescimento de 10,7%.
Entre as variedades de café, a produção de arábica deve totalizar 34,7 milhões de sacas, uma queda de 12,4% em relação à safra anterior. Por outro lado, a produção de canéforas, também conhecidas como conilon ou robusta, deve aumentar 17,2%, atingindo 17,1 milhões de sacas.
Minas Gerais, o maior estado produtor de café do Brasil, deverá produzir 24,8 milhões de sacas, uma redução de 11,6% em comparação a 2024, devido ao ciclo de baixa bienalidade e à seca prolongada antes da floração. Já o Espírito Santo, segundo maior produtor, deve registrar um crescimento de 9% na produção, alcançando 15,1 milhões de sacas, impulsionado principalmente pela variedade conilon, que deve atingir 11,8 milhões de sacas, uma alta de 20,1%.
Em São Paulo, onde é cultivado exclusivamente o café arábica, a expectativa é de uma produção de 4,6 milhões de sacas, o que representa uma queda de 15,3% em relação ao ano anterior, também em função das condições climáticas adversas e do ciclo de baixa bienalidade. Na Bahia e em Rondônia, as previsões são de aumento na produção, com crescimentos estimados de 11,3% e 6,5%, respectivamente.
Essas projeções da Conab são importantes não apenas para os produtores, mas também para o mercado global, uma vez que o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo. A expectativa de queda na produção pode influenciar os preços e a oferta do produto no cenário internacional.
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