Prefeito de São Paulo canta sobre 'gás de pimenta' em formatura da GCM
Durante a cerimônia de formatura de 500 guardas civis, Ricardo Nunes foi filmado cantando uma música polêmica em São Paulo.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), gerou polêmica ao ser filmado cantando a letra “gás de pimenta na cara dos vagabundos” durante a formatura de 500 novos agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM). O evento ocorreu no Vale do Anhangabaú, no centro da capital, na terça-feira, dia 21.
As imagens, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais, mostram Nunes cercado por guardas civis, batendo palmas e sorrindo enquanto entoava a música. O vídeo foi gravado por uma testemunha e rapidamente se tornou um dos assuntos mais comentados na internet.
Além do prefeito, estavam presentes o vice-prefeito Coronel Mello Araújo (PL), ex-comandante da Rota, e o novo secretário de Segurança Urbana, Orlando Morando, que também é conhecido por suas declarações controversas sobre a atuação da polícia.
A vereadora Luna Zarattini (PT) criticou a atitude de Nunes, considerando-a absurda e afirmando que a música reforça a imagem de truculência associada à GCM. Em suas palavras, ela destacou: “Nós não acreditamos que é esse tipo de segurança urbana que a gente precisa para a cidade de São Paulo, especialmente em um contexto de altos índices de criminalidade e insegurança.”
“É preciso que a gente busque reforçar uma formação que garanta os direitos humanos, a democracia, e que garanta uma cidade realmente socialmente justa e igual para todos”, completou Zarattini, que anunciou a intenção de protocolar um ofício na Secretaria de Segurança Urbana para discutir a formação dos guardas civis.
O episódio levantou críticas não apenas de políticos, mas também de cidadãos que se manifestaram nas redes sociais, questionando a postura do prefeito em momentos críticos de violência policial na cidade. A vereadora ainda lembrou que a cidade enfrenta uma escalada de abusos e violação de direitos humanos.
Procurada para comentar sobre a situação, a Prefeitura de São Paulo informou que não se manifestará a respeito do ocorrido. O silêncio da administração municipal em relação ao episódio tem gerado ainda mais insatisfação entre os críticos.
O evento de formatura, que deveria ser um momento de celebração pela inclusão de novos agentes na segurança pública, acabou se transformando em um foco de controvérsia, refletindo a polarização sobre a abordagem da segurança na capital paulista.
Enquanto isso, a discussão sobre a necessidade de uma formação que priorize os direitos humanos e a proteção da vida continua a ser uma pauta relevante entre os representantes da sociedade civil e políticos que se opõem à postura atual da administração.
Veja também: