Ricardo Nunes registra queixa-crime contra 99 e Uber por mototáxi em SP
Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, critica serviços de mototáxi e anuncia ações legais contra empresas.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, anunciou nesta quarta-feira (22) a abertura de uma queixa-crime contra as empresas de transporte por aplicativo 99 e Uber. A medida se dá em resposta ao lançamento do serviço de mototáxi, que, segundo Nunes, desrespeita um decreto municipal que proíbe essa prática na capital paulista.
Durante uma coletiva de imprensa, Nunes expressou sua indignação com a postura das empresas, afirmando que elas priorizam o lucro em detrimento da segurança dos usuários. “Estou indignado de ver uma empresa desse porte, só visando o lucro, desconsiderando o risco para a vida das pessoas”, afirmou o prefeito.
O aumento do número de acidentes envolvendo motocicletas na cidade é uma das principais preocupações de Nunes. Ele destacou que, em 2024, foram registrados 483 acidentes, um aumento de 19,8% em relação a 2023, quando ocorreram 403 acidentes. “Essa atividade vai aumentar o número de óbitos e mesmo assim eles insistem”, lamentou.
Nunes também mencionou que cerca de 100 pessoas estão internadas em hospitais municipais devido a acidentes com motos, e outras 47 aguardam cirurgias. A prefeitura já apreendeu 126 motocicletas da 99 e anunciou que aplicará uma multa de R$ 50 mil se a empresa não apresentar recursos dentro do prazo estipulado.
O prefeito explicou que a 99 tem um prazo de dez dias para contestar a decisão, e, se não o fizer, as multas serão aplicadas. A Justiça já considerou a proibição como anticonstitucional, mas Nunes afirmou que não recebeu notificação judicial sobre o caso.
Além da 99, a Uber lançou recentemente o serviço Uber Moto, que também será alvo das ações legais do prefeito. Nunes advertiu que a situação será a mesma para a empresa, afirmando que “não haverá distinção” entre as duas plataformas.
Em defesa de sua decisão, a Uber argumentou que o serviço de mototáxi é uma alternativa acessível de mobilidade, especialmente em áreas com transporte público escasso. A empresa ressaltou que a decisão judicial que permitiu a continuidade do serviço citou a inconstitucionalidade da proibição de transporte privado individual.
A disputa entre a prefeitura e as empresas de mototáxi acirra-se em um cenário onde a segurança no trânsito é um tema cada vez mais debatido. Nunes reafirmou que as ações visam responsabilizar as empresas por qualquer acidente que ocorra durante a operação de seus serviços.
A situação continua a se desenvolver, com a prefeitura mantendo firme sua posição contra o serviço de mototáxi, enquanto as empresas buscam formas de operar dentro da legalidade.
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