Ex-presidente argumenta que vice pode pautar anistia em ausência de Alcolumbre no Senado
24 de Janeiro de 2025 às 21h04

Bolsonaro defende apoio a Alcolumbre e busca vice do PL para pautar anistia

Ex-presidente argumenta que vice pode pautar anistia em ausência de Alcolumbre no Senado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reafirmou, nesta sexta-feira, 24, seu apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (União-AP) ao Senado, destacando a importância de garantir que a vice-presidência da Casa seja ocupada por um aliado. Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, Bolsonaro argumentou que, em uma eventual ausência de Alcolumbre, o vice poderia pautar a votação do projeto de anistia aos condenados pelos atos ocorridos em 8 de janeiro.

“Estamos negociando, com esse apoio, é a primeira-vice-presidência. Você pode, em uma ausência do Alcolumbre, botar em votação, por exemplo, o projeto da anistia. A gente não quer esperar a anistia para o futuro presidente de direita, caso seja eleito em 2026 e vai tomar posse em 2027”, afirmou Bolsonaro, enfatizando a urgência da questão.

O ex-presidente expressou ceticismo quanto à mudança de postura de Alcolumbre, que, segundo ele, não pautou impeachments de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante sua presidência anterior. Mesmo assim, Bolsonaro acredita que a presença de um vice alinhado ao PL pode facilitar a tramitação do projeto de anistia.

Bolsonaro também comentou sobre a situação atual da mesa diretora do Senado, afirmando que a falta de aliados em cargos estratégicos pode resultar em um cenário desfavorável para os interesses do seu grupo político. “Se você quer convocar um ministro, não consegue. Estamos negociando uma primeira-vice-presidência. Aí, na ausência do Alcolumbre, consegue colocar em votação a Anistia”, disse.

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O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que participou da mesma transmissão, reforçou a importância de ter um vice que siga o perfil de Arthur Lira (PP-AL), atual presidente da Câmara dos Deputados. “Lira não colocaria para a sucessão alguém diferente dele. Ele sempre deixou o plenário como dono da pauta”, completou.

Além disso, Bolsonaro refutou a ideia de que o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), favorito para presidir a Câmara, teria garantido que o projeto de anistia não seria pautado. “O acordo é o presidente da Câmara não engavetar o projeto da Anistia, cumprir o regimento. Ele sabe o que nós queremos”, afirmou o ex-presidente, destacando que a oposição à anistia é uma estratégia da esquerda.

Atualmente, a proposta de anistia está em tramitação na Câmara dos Deputados, mas foi interrompida por Arthur Lira. Bolsonaro alertou que, caso Motta não coloque a proposta em votação, os parlamentares do PL podem iniciar uma obstrução, dificultando o andamento das votações na Casa.

“Ele sabe o que nós queremos. Não pode um presidente da Câmara simplesmente ignorar o regimento interno. Não digo os 95, mas uns 80 parlamentares têm como partir para a obstrução e complicar a vida do pessoal lá dentro”, concluiu Bolsonaro.

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