Ação da PM no Rio de Janeiro deixa feridos e investigações sobre mortes em andamento
25 de Janeiro de 2025 às 10h40

Operação policial nos complexos do Alemão e da Penha resulta em cinco mortos

Ação da PM no Rio de Janeiro deixa feridos e investigações sobre mortes em andamento

Uma operação policial realizada na manhã desta sexta-feira, 24, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, resultou na morte de cinco pessoas e deixou várias outras feridas. A ação, que envolveu cerca de 500 policiais e 12 veículos blindados, tinha como objetivo controlar as atividades do crime organizado, especialmente do Comando Vermelho, e combater o roubo de veículos e cargas na região metropolitana.

Entre os mortos está Carlos André Vasconcellos dos Santos, um jardineiro de 35 anos, que foi atingido por uma bala perdida enquanto aguardava um ônibus perto da estação do BRT da Penha. Ele era funcionário do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e estava a caminho do trabalho quando foi ferido. A família de Carlos expressou sua indignação com a situação, questionando quem irá sustentar os filhos e a esposa após a perda do chefe da família.

Além de Carlos, um idoso de 67 anos, identificado como Geraldo Carlos Barbosa dos Reis, também foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Outros três homens, incluindo um adolescente de 16 anos, foram confirmados como mortos durante a operação. A Polícia Civil do Rio de Janeiro já iniciou investigações para apurar as circunstâncias das mortes.

Durante a operação, um policial militar foi baleado e levado ao Hospital Getúlio Vargas, onde seu estado de saúde foi considerado grave. Moradores da comunidade relataram momentos de terror e confusão, com muitos tentando ajudar os feridos enquanto a troca de tiros ocorria.

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As autoridades encontraram um desmanche de veículos roubados e uma grande quantidade de entorpecentes durante a operação. Além disso, dois suspeitos foram detidos, e um homem que havia fugido de uma penitenciária também foi capturado.

A operação ocorre em um contexto de crescente violência nas comunidades do Rio de Janeiro, onde ações policiais frequentemente resultam em confrontos armados e a população civil se vê em meio ao fogo cruzado. Organizações de direitos humanos têm criticado a abordagem policial, argumentando que a estratégia tem se mostrado ineficaz para combater as facções criminosas.

As operações policiais no Alemão e na Penha não são novas, e a presença do Comando Vermelho nessas áreas é bem documentada. A facção é considerada uma das mais poderosas do Rio de Janeiro, e a luta pelo controle do tráfico de drogas e outras atividades ilícitas frequentemente resulta em violência e mortes.

Os complexos do Alemão e da Penha são vistos como os principais centros de operação do Comando Vermelho, onde se realizam reuniões da cúpula da facção. A operação desta sexta-feira foi planejada para coincidir com o aniversário de um dos líderes do grupo, Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, que é apontado como um dos principais chefes do tráfico na região.

As autoridades continuam a investigar a situação e a coletar informações sobre os eventos que levaram à tragédia desta manhã, enquanto a comunidade lida com as consequências da operação policial.

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