Departamento de Justiça dos EUA demite funcionários envolvidos em casos contra Trump
Procurador-geral interino James McHenry alega falta de confiança em demitidos para implementar agenda do presidente.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira a demissão de vários funcionários que atuaram em investigações criminais contra o ex-presidente Donald Trump. A medida foi confirmada pelo procurador-geral interino, James McHenry, que expressou desconfiança em relação à capacidade desses servidores de apoiar a agenda do atual presidente.
De acordo com fontes do Departamento, a decisão de McHenry foi motivada pelo papel significativo que esses funcionários desempenharam nos processos judiciais contra Trump. Embora o número exato de demitidos não tenha sido revelado, a imprensa americana aponta que mais de uma dezena de promotores de carreira foram afetados.
Entre os demitidos, destaca-se o promotor especial Jack Smith, responsável por apresentar duas acusações federais contra Trump, que renunciou ao cargo no início do mês. A saída de Smith marca uma mudança significativa na equipe que estava lidando com os casos relacionados ao ex-presidente.
Trump, por sua vez, tem se manifestado publicamente contra as investigações, acusando seu antecessor, Joe Biden, de conduzir uma “caça às bruxas política”. Em seu discurso de posse, Trump prometeu acabar com o que chamou de “uso violento, injusto e cruel do Departamento de Justiça” e do “governo como arma”.
As investigações em questão incluem acusações de conspiração para alterar o resultado das eleições de 2020 e má gestão de documentos classificados após a saída de Trump da Casa Branca. Até o momento, nenhum dos casos chegou a julgamento.
Além das acusações federais, Trump enfrenta outros processos na Geórgia, relacionados à tentativa de alterar os resultados eleitorais naquele estado. Contudo, esses casos devem permanecer paralisados enquanto ele estiver no cargo.
O ex-presidente foi condenado em maio passado em Nova York por falsificação de registros comerciais, um caso que envolveu pagamentos a uma estrela pornô, com o intuito de silenciá-la sobre um suposto relacionamento.
A demissão dos funcionários do Departamento de Justiça levanta questões sobre a continuidade das investigações em curso e a confiança do atual governo nas instituições responsáveis pela aplicação da lei.
As reações à demissão foram variadas, com defensores de Trump celebrando a decisão como um passo em direção à limpeza da administração, enquanto críticos alertam para o potencial impacto negativo na integridade das investigações.
A situação continua a evoluir, e o Departamento de Justiça deverá enfrentar desafios significativos na condução dos casos que envolvem o ex-presidente, especialmente em um ambiente político tão polarizado.
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