Trump suspende subsídios e empréstimos federais, impactando programas sociais
Decisão do presidente dos EUA pode afetar bilhões em assistência a cidadãos e ONGs em todo o país.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou a suspensão de todos os subsídios e empréstimos federais a partir de terça-feira, conforme um memorando divulgado na segunda-feira (28). A medida, que pode interromper programas essenciais de educação, saúde, assistência habitacional e alívio de desastres, representa uma ação significativa do governo para exercer controle sobre os fundos públicos.
Matthew Vaeth, diretor interino do Escritório de Gestão e Orçamento da Casa Branca, afirmou que a suspensão permitirá ao governo revisar a conformidade dos subsídios e empréstimos com as prioridades do presidente. Isso inclui a análise de programas que promovem diversidade, equidade e inclusão (DEI), que foram alvo de recentes decretos de Trump.
“As agências federais devem suspender temporariamente todas as atividades relacionadas à obrigação ou desembolso de toda assistência financeira federal”, destacou Vaeth no comunicado. A pausa se estende a diversas áreas, incluindo ajuda externa e apoio a organizações não governamentais.
A Casa Branca esclareceu que a suspensão não afetará os pagamentos da Previdência Social ou do Medicare, garantindo que a assistência direta a indivíduos, como ajuda alimentar, continue. No entanto, a incerteza persiste quanto ao impacto sobre programas de assistência médica para veteranos e cidadãos de baixa renda.
O memorando destaca que o governo federal gastou quase 10 trilhões de dólares no ano fiscal de 2024, com mais de 3 trilhões destinados a subsídios e empréstimos. Contudo, a fonte desses números não foi especificada, já que o Congressional Budget Office, órgão não partidário, estima gastos bem inferiores, em torno de 6,75 trilhões de dólares.
A suspensão dos subsídios é vista como parte de um esforço mais amplo do governo Trump para remodelar o funcionamento da administração pública, que é o maior empregador do país. Recentemente, o presidente assinou decretos que encerraram todos os programas de diversidade e impuseram um congelamento de contratações, além de ordenar uma pausa na ajuda externa.
As agências governamentais têm até 10 de fevereiro para enviar informações detalhadas sobre os programas que estão sujeitos à suspensão. Essa medida gerou preocupação entre organizações sem fins lucrativos, que dependem de financiamento federal para operar.
Diane Yentel, presidente do Conselho Nacional de Organizações Sem Fins Lucrativos, expressou sua preocupação, afirmando que a ordem pode ter consequências devastadoras para as comunidades atendidas. “Desde a interrupção de pesquisas sobre curas para o câncer infantil até a suspensão da assistência alimentar, o impacto de uma pausa no financiamento pode ser catastrófico”, afirmou Yentel.
Os líderes democratas no Congresso, incluindo a senadora Patty Murray e a deputada Rosa DeLauro, criticaram a decisão, chamando-a de “impressionante e sem precedentes”. Em uma carta enviada à Casa Branca, elas enfatizaram a necessidade de garantir que todos os recursos federais sejam distribuídos de acordo com a lei e a Constituição.
“O alcance do que você está ordenando é impressionante, sem precedentes, e terá consequências devastadoras em todo o país”, escreveram as parlamentares, alertando para os riscos que a suspensão representa para bilhões de dólares em subsídios comunitários.
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