A companhia aérea Azul concluiu a renegociação de suas obrigações financeiras, incluindo arrendadores e fabricantes.
29 de Janeiro de 2025 às 15h45

Azul finaliza reestruturação financeira e elimina R$ 11 bilhões em dívidas

A companhia aérea Azul concluiu a renegociação de suas obrigações financeiras, incluindo arrendadores e fabricantes.

A Azul, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou na noite de terça-feira (28) que finalizou seu processo de reestruturação financeira. A empresa conseguiu renegociar suas obrigações com arrendadores, fabricantes de aeronaves e detentores de dívidas, resultando na eliminação de mais de R$ 11 bilhões em compromissos financeiros.

Detalhes da reestruturação

  • O acordo permitirá à Azul trocar dívidas por ações, com cerca de R$ 3,3 bilhões convertidos em 94 milhões de ações preferenciais.
  • Além disso, a companhia converteu mais de R$ 4,6 bilhões em dívidas que tinham vencimento previsto para 2029 e 2030.

“Além da extinção de R$ 11 bilhões em obrigações financeiras, recebemos hoje um aporte de novo capital de mais de R$ 3,1 bilhões, que irá reforçar o balanço da companhia e garantir que estejamos mais fortes do que nunca”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.

Com a reestruturação, a Azul também espera um fortalecimento significativo de seu fluxo de caixa, projetando um aumento de mais de R$ 1,8 bilhão até 2027.

Possível fusão com a Gol

No dia 15 de janeiro, a Azul e a Gol, outra gigante do setor aéreo brasileiro, anunciaram um memorando de entendimento para discutir uma possível fusão. Este acordo já está movimentando o mercado e levantando questionamentos sobre os impactos econômicos dessa união, além da aprovação pelos órgãos reguladores.

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Para que a fusão se concretize, é necessário que a Gol finalize seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, o que deve ocorrer até abril. A nova companhia resultante da fusão terá um Conselho de Administração composto por três membros do grupo Abra, controlador da Gol, três da Azul e mais três conselheiros independentes. Caso a fusão seja aprovada, o comando ficará a cargo de John Rodgerson.

Além da recuperação judicial da Gol, a fusão precisará da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Estimativas indicam que a nova empresa resultante da fusão poderá controlar cerca de 60% do mercado de aviação comercial no Brasil, operando quase 100 rotas em todo o país, o que levanta preocupações sobre a formação de um duopólio no setor.

Modelo da fusão

  • A futura companhia seguirá o modelo de “corporation”, sem um controlador definido, com o grupo Abra como maior acionista. A participação percentual de cada empresa ainda não foi determinada.
  • As marcas Azul e Gol continuarão a operar de forma independente, mas compartilharão aeronaves. A fusão envolverá apenas ativos já disponíveis, sem novos investimentos planejados.
  • A estratégia das duas companhias é aproveitar a complementaridade de suas malhas aéreas, com a Gol focando em grandes capitais e a Azul expandindo sua presença em outras regiões do Brasil.

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