Governador de Minas Gerais respondeu a declaração do presidente sobre a renegociação das dívidas estaduais em evento recente.
23 de Janeiro de 2025 às 11h22

Zema critica Lula e diz: 'Jesus perdoaria dívidas e jamais cobraria juros abusivos'

Governador de Minas Gerais respondeu a declaração do presidente sobre a renegociação das dívidas estaduais em evento recente.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), fez uma contundente resposta nesta quinta-feira (23) a uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a renegociação das dívidas do estado com a União. O embate entre os dois líderes políticos se intensificou após Lula afirmar, em um evento na quarta-feira (22), que deveria receber um prêmio de Zema pela sanção da lei que trata da repactuação das dívidas estaduais.

Durante a cerimônia de assinatura do contrato de concessão da BR-381, Lula declarou: “O que nós fizemos para os estados que não pagavam dívidas talvez só Jesus Cristo fizesse se ele concorresse à Presidência da República deste país.” A fala do presidente provocou a imediata reação de Zema, que utilizou suas redes sociais para rebater a declaração.

“Presidente Lula, Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil. Vamos honrar todas nossas obrigações, mas esperamos que os deputados derrubem os vetos ao PROPAG para trazer justiça e previsibilidade ao Estado”, escreveu Zema em seu perfil.

O PROPAG, sigla para o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados, é um projeto que visa a renegociação das dívidas que somam mais de R$ 760 bilhões entre as unidades federativas e a União. A proposta, sancionada por Lula, inclui medidas que podem zerar os juros para os pagamentos realizados pelos estados, mas também recebeu vetos do presidente, o que gerou descontentamento entre os governadores, especialmente os de estados mais endividados, como Minas Gerais.

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A ausência de Zema no evento de assinatura da concessão da BR-381, que é conhecida como a “Rodovia da Morte” devido ao alto número de acidentes, também foi um ponto de crítica por parte de Lula. O presidente insinuou que o governador deveria ter comparecido para reconhecer o esforço do governo federal em resolver a questão das dívidas estaduais.

Em resposta, Zema defendeu que sua presença no evento seria apenas um ato burocrático e que seu foco é trabalhar para a realização das obras prometidas, ao invés de participar de cerimônias. “O PT prometeu essa mesma obra nos 188 meses de governo, mas não entregou. Por isso, quando for colocar máquina na pista, fiscalizar ou inaugurar trechos da obra na BR-381, eu estarei à disposição”, afirmou o governador.

O confronto entre Zema e Lula reflete a crescente tensão entre a gestão estadual e o governo federal, especialmente após os vetos ao PROPAG. O governador mineiro tem se posicionado como um crítico das políticas do governo federal, sugerindo que as medidas tomadas não atendem às necessidades dos estados endividados e que, ao contrário, podem agravar a situação financeira deles.

Além disso, a declaração de Zema sobre a postura de Lula em relação à renegociação das dívidas foi interpretada como uma tentativa de distanciar a responsabilidade do estado em relação aos problemas financeiros, atribuindo a situação à gestão federal. Essa estratégia pode ser vista como uma tentativa de consolidar sua imagem política em um cenário de crescente insatisfação com as políticas do governo central.

O embate entre os dois líderes políticos deve continuar a ser um tema relevante nas discussões sobre a economia e as finanças públicas, especialmente considerando que as dívidas estaduais são um ponto crítico para a estabilidade financeira de várias unidades da federação.

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