Companhia aérea busca reorganizar suas obrigações financeiras e garantir operações após acidente em 2022.
03 de Fevereiro de 2025 às 19h52

Voepass solicita tutela preparatória para reestruturação financeira em meio a crise

Companhia aérea busca reorganizar suas obrigações financeiras e garantir operações após acidente em 2022.

A Voepass, uma das principais companhias aéreas do Brasil, anunciou nesta segunda-feira, 3, que entrou com um pedido de tutela preparatória visando a reestruturação de suas obrigações financeiras de curto prazo. A medida tem como objetivo reorganizar a estrutura de capital da empresa e garantir a continuidade de suas operações.

Em comunicado, a companhia informou que, apesar do pedido, a operação das rotas atuais e a venda de passagens seguem normalmente. A Voepass destacou que, até meados do ano passado, mantinha uma malha aérea ampla e uma saúde financeira que permitia a expansão programada. No entanto, os planos foram drasticamente alterados após o trágico acidente do voo 2283, que ocorreu em 8 de agosto de 2022, em Vinhedo (SP), quando um ATR-72 da empresa caiu, resultando na morte de todos os 62 ocupantes.

Esse acidente foi o mais grave registrado em solo brasileiro desde o trágico voo 3054 da TAM, em julho de 2007. A Voepass afirmou que a tutela solicitada não inclui os processos de indenização relacionados ao acidente, os quais estão sendo tratados por meio de uma seguradora.

A companhia também mencionou a crise que afeta o setor de aviação comercial desde a pandemia de covid-19, que se intensificou com a alta do dólar e do petróleo, além do aumento dos custos de manutenção das aeronaves. Nos últimos anos, outras empresas do setor, como a Gol e a Azul, também enfrentaram dificuldades financeiras, com a Gol pedindo recuperação judicial e a Azul renegociando dívidas com credores. Atualmente, as duas companhias estão em negociações para uma possível fusão.

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Embora a Voepass não tenha divulgado o montante do passivo que será renegociado durante a reestruturação, a empresa enfatizou que priorizará o pagamento de salários e benefícios dos funcionários, garantindo que as atividades operacionais continuem sem interrupções.

“Mesmo diante de tantas adversidades setoriais, considerando todos os desafios que a aviação no Brasil enfrenta há algum tempo, como é de conhecimento público, nós chegamos aos 30 anos de atuação na aviação regional”, declarou o CEO da Voepass, José Luiz Felício Filho, em nota.

A Voepass conta com o suporte de Daniel Carnio Advogados e Mubarak Advogados Associados, além da assessoria financeira da EXM Partners, para conduzir o processo de reestruturação.

A companhia, que tem uma longa trajetória no setor aéreo, busca agora garantir sua sustentabilidade financeira e a continuidade de suas operações, que são essenciais para a integração do interior do Brasil.

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