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Gustavo Petro pede renúncia de ministros em meio a crise no governo colombiano
Presidente da Colômbia solicita mudanças no gabinete após críticas a ministros em reunião tensa.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou neste domingo (9) que solicitou a renúncia de todos os ministros e altos funcionários de seu governo. A decisão ocorre em meio a uma crise interna, acentuada por uma reunião ministerial que durou mais de cinco horas e foi transmitida ao vivo, na qual Petro expressou sua insatisfação com o desempenho de sua equipe.
Durante a reunião, o presidente criticou a falta de progresso na implementação de projetos essenciais, afirmando que "haverá algumas mudanças no gabinete para alcançar maior conformidade com o programa ordenado pelo povo". A declaração foi feita em sua conta na rede social X, antiga Twitter.
Antes do anúncio oficial, a ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, já havia apresentado sua renúncia, somando-se a outros três altos funcionários que deixaram seus cargos após a reunião. Muhamad, que foi uma das figuras mais proeminentes do governo, destacou a importância de continuar seu trabalho na COP16 sobre biodiversidade, apesar de sua saída do ministério.
Além de Muhamad, a ministra do Trabalho, Gloria Ramírez, também anunciou sua "renúncia irrevogável", afirmando que "a política deve transitar sem sectarismos e sem ambiguidades". Sua saída foi seguida por críticas de outros membros do governo, incluindo a vice-presidente Francia Márquez, que se opôs à nomeação de Armando Benedetti como chefe de gabinete, e Laura Sarabia como chanceler.
Armando Benedetti, que já foi senador e é próximo de Petro, está sendo investigado por supostas irregularidades no financiamento da campanha presidencial de 2022 e por acusações de violência doméstica. Sua nomeação gerou controvérsias, especialmente entre os aliados de Petro, que alegam que ele e Sarabia estão distantes do projeto progressista que levou o presidente ao poder.
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Durante a reunião que precipitou as renúncias, Petro cobrou explicações de seus ministros sobre o descumprimento de promessas feitas ao povo colombiano. Ele ressaltou que, dos 195 compromissos estabelecidos, 75% ainda não foram cumpridos, o que gerou insatisfação entre os cidadãos.
O presidente, que assumiu o cargo em 2022 com um ambicioso programa de reformas sociais, agora enfrenta o desafio de reestruturar seu governo para atender às expectativas da população. Ele afirmou que o governo se concentrará na implementação do programa, buscando maior eficiência e resultados.
As renúncias de altos funcionários refletem uma crise de confiança dentro do governo, que já havia sido evidenciada por divergências entre os membros do gabinete. A situação se torna ainda mais crítica com a proximidade das eleições de 2026, quando Petro deverá deixar o cargo.
As mudanças no gabinete são vistas como uma tentativa de Petro de recuperar o controle sobre sua administração e reafirmar seu compromisso com as promessas feitas durante a campanha. No entanto, ainda não há informações sobre quem poderá assumir os cargos deixados vagos.
Enquanto isso, a Colômbia observa atentamente os desdobramentos dessa crise política, que pode impactar significativamente o futuro do governo e a implementação de suas políticas.
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