Antonio Vinicius Gritzbach foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos com disparos de fuzis de calibres variados
29 de Janeiro de 2025 às 20h20

Laudo confirma que munição usada na execução de delator do PCC era da PM de SP

Antonio Vinicius Gritzbach foi assassinado no Aeroporto de Guarulhos com disparos de fuzis de calibres variados

Um laudo balístico elaborado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo revelou que a munição utilizada no assassinato de Antonio Vinicius Gritzbach, um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), pertencia à Polícia Militar paulista. O crime ocorreu em novembro de 2024, na saída do Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Guarulhos.

De acordo com as investigações, Gritzbach foi alvejado por disparos de dois fuzis de calibres diferentes, 5.56 e 7.62. As armas utilizadas no ataque foram localizadas em uma bolsa abandonada nas proximidades do local do crime no dia seguinte à execução.

Até o momento, dois policiais militares foram detidos como suspeitos de terem efetuado os disparos. A investigação, que está sendo conduzida por uma força-tarefa do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), acredita que a execução foi encomendada por integrantes do PCC.

Além dos supostos atiradores, um tenente da PM foi preso sob a acusação de ser o motorista do veículo utilizado na fuga dos assassinos. Outras 14 pessoas, todas ligadas à Polícia Militar, foram detidas por supostamente formarem uma equipe clandestina de segurança para Gritzbach.

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Quatro indivíduos não vinculados às forças de segurança também foram presos. Eles são acusados de ajudar Kauê do Amaral Coelho, apontado como o “olheiro” que localizou Gritzbach para os atiradores. Kauê fugiu para o Rio de Janeiro após o crime e permanece foragido. O celular utilizado por ele no dia do assassinato foi apreendido e a polícia tenta recuperar as informações, uma vez que o aparelho foi resetado.

Gritzbach, que havia delatado membros do PCC e denunciado corrupção entre policiais, prometia em seu acordo de delação premiada revelar detalhes sobre a hierarquia da facção criminosa e a corrupção policial. Ele havia prestado depoimento à Corregedoria da Polícia Civil dias antes de ser assassinado.

O laudo pericial também apontou que parte da munição utilizada no crime foi adquirida pela Polícia Militar em lotes comprados entre 2013 e 2018. As informações foram confirmadas por documentos da fabricante, que mostram a rastreabilidade dos projéteis.

As investigações continuam, com a polícia buscando estabelecer vínculos entre os primeiros compradores das armas e os autores do crime, além de analisar material biológico encontrado no veículo utilizado pelos assassinos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo declarou que as investigações seguem em andamento e que a força-tarefa está empenhada em esclarecer todos os detalhes do caso, que envolve um grande número de policiais militares e civis.

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