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Delegado da Polícia Civil é alvo de operação por ligação com delator do PCC
Ministério Público e Corregedoria realizam buscas em investigação sobre corrupção policial ligada ao assassinato de Gritzbach
Na manhã desta terça-feira, 4, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Corregedoria da Polícia Civil deflagraram uma operação de busca e apreensão contra um delegado da corporação. A ação é um desdobramento da investigação sobre o assassinato de Vinícius Gritzbach, um delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), ocorrido em novembro de 2024 no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Gritzbach foi morto a tiros na área de desembarque do aeroporto, e sua morte gerou uma série de investigações sobre possíveis conexões entre policiais e organizações criminosas. De acordo com informações da TV Globo, o delegado alvo da operação é Alberto Pereira Matheus Junior, que ocupa um dos mais altos cargos na Polícia Civil e já atuou em departamentos importantes, como o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento Estadual de Investigações sobre Entorpecentes (Denarc).
O nome do delegado surgiu durante a análise do telefone do investigador Eduardo Lopes Monteiro, que foi preso pela Polícia Federal em dezembro de 2024 sob suspeita de extorquir Gritzbach, levando bens e dinheiro do delator. Além de Monteiro, outros três policiais civis também foram detidos em conexão com o caso.
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As investigações revelaram que um policial militar, preso em dezembro, realizava pagamentos periódicos ao delegado, com dinheiro que teria origem em atos de corrupção em favor de organizações criminosas. No total, 26 pessoas já foram detidas, incluindo 17 policiais militares e cinco policiais civis, além de quatro indivíduos associados a um homem identificado como olheiro da execução, que permanece foragido.
A Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo também indiciou diversos policiais militares por suspeitas de participação no assassinato de Gritzbach, totalizando 17 prisões desde o início das investigações em janeiro deste ano. Três dos policiais são acusados diretamente de envolvimento na morte do delator, enquanto outros 14 teriam feito a escolta do empresário no momento do crime.
Gritzbach estava no centro de uma das maiores investigações sobre lavagem de dinheiro do PCC em São Paulo, que envolve os negócios da facção na região do Tatuapé, na zona leste da capital paulista. O caso tem gerado grande repercussão e evidenciado a complexidade das relações entre policiais e grupos criminosos no estado.
A operação de busca e apreensão de hoje é mais uma etapa em um esforço contínuo para esclarecer as circunstâncias do assassinato de Gritzbach e desmantelar as redes de corrupção dentro das forças de segurança pública. As autoridades permanecem atentas ao desdobramento das investigações e à possível identificação de outros envolvidos no caso.
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