Presidente afirma que o novo presidente do Banco Central não pode agir de forma abrupta e pede paciência ao povo brasileiro
30 de Janeiro de 2025 às 13h56

Lula defende Galípolo após aumento da Selic e minimiza críticas ao BC

Presidente afirma que o novo presidente do Banco Central não pode agir de forma abrupta e pede paciência ao povo brasileiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou, nesta quinta-feira (30), sobre o recente aumento da taxa Selic, que passou de 12,25% para 13,25% ao ano, e defendeu o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em meio a críticas sobre sua atuação. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa no Palácio do Planalto.

Lula destacou que a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar os juros já era esperada e que o aumento não foi uma surpresa. “Eu não esperava milagres”, afirmou o presidente, enfatizando a necessidade de paciência em relação à política monetária do país.

“Uma pessoa que já tem experiência em lidar com o BC tem consciência de que o Brasil, do tamanho que tem, não pode dar um cavalo de pau em um mar revolto”, disse Lula, referindo-se à complexidade da economia brasileira e à necessidade de cautela nas decisões do Banco Central.

O presidente também ressaltou a confiança que deposita em Galípolo, que foi indicado por ele para o cargo. “Temos 100% de confiança no trabalho do presidente do BC. Temos certeza que vai entregar uma taxa de juros menor no tempo que for possível”, completou.

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O aumento da Selic foi a primeira ação do Copom sob a gestão de Galípolo, que mantém a tendência de crescimento da taxa iniciada na administração anterior. Lula, no entanto, minimizou a responsabilidade do novo presidente do BC, afirmando que a alta já estava demarcada desde a gestão de Roberto Campos Neto.

“Isso [alta dos juros] já estava demarcado. Nós temos consciência que é preciso ter paciência. Eu tenho certeza que ele irá entregar para o povo brasileiro uma taxa de juros menor”, pontuou Lula.

O presidente também reiterou a autonomia de Galípolo à frente do Banco Central, afirmando que, apesar de serem amigos, o presidente do BC deve ter liberdade para tomar decisões. “Quero que o Galípolo saiba que o povo espera uma taxa de juros menor para que o povo tenha mais emprego. Eu não esperava milagres”, disse.

As expectativas do mercado indicam que novas elevações na taxa Selic podem ocorrer ainda nos primeiros meses deste ano, conforme sinalizado na última ata do Copom. O Banco Central indicou que mais duas altas de pelo menos 1 ponto percentual são esperadas no início de 2025.

Com a inflação ainda em patamares elevados, a pressão sobre a política monetária continua a ser um tema central nas discussões econômicas do país. O governo de Lula enfrenta o desafio de equilibrar o crescimento econômico com a necessidade de controle da inflação, em um cenário onde a confiança do consumidor e os investimentos são cruciais para a recuperação econômica.

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