Intenção de consumo das famílias cresce 0,2% em janeiro, aponta CNC
Apesar da alta, indicador mostra queda de 0,9% em relação ao mesmo mês de 2024.
A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) registrou um aumento de 0,2% em janeiro em comparação a dezembro, alcançando 104,9 pontos, conforme divulgado nesta quinta-feira (30) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este é o segundo aumento consecutivo do indicador, que permanece na zona de satisfação, acima da marca de 100 pontos.
O crescimento na intenção de consumo foi impulsionado principalmente pelo aumento do desejo de compra de bens duráveis. No entanto, a comparação com janeiro de 2024 revela uma queda de 0,9% no ICF, indicando um cenário misto para o consumo das famílias.
Entre os sete componentes que compõem o ICF, quatro apresentaram alta em janeiro em relação ao mês anterior. Os avanços foram observados nos tópicos de nível de consumo atual (1,1%), perspectiva profissional (0,3%), perspectiva de consumo (0,1%) e momento para aquisição de bens duráveis (1%). Este último componente foi destacado pela CNC como um fator crucial para a elevação do índice mensal.
Por outro lado, houve quedas nos componentes de emprego atual (0,3%), renda atual (0,2%) e acesso ao crédito (0,8%). Esses fatores podem impactar a disposição das famílias em consumir, especialmente em um cenário econômico desafiador.
Ao comparar os dados com janeiro de 2024, a CNC observou recuos em quatro dos sete tópicos analisados. Os principais declínios foram em emprego atual (1,1%), perspectiva profissional (2,9%), acesso ao crédito (2,1%) e momento para duráveis (2,5%). Em contrapartida, aumentos foram registrados em renda atual (1,3%), nível de consumo atual (0,3%) e perspectiva de consumo (0,3%).
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, comentou sobre os resultados, afirmando que “os dados reafirmam o papel estratégico do consumo das famílias brasileiras no fortalecimento da economia. Os desafios existem, mas o potencial de crescimento do comércio de bens e serviços é inegável e precisa ser fomentado”.
O comunicado da CNC também destacou que as famílias de maior renda estão adotando uma postura cautelosa em relação ao consumo, ao contrário das famílias de menor renda, que estão mais propensas a realizar compras. Para as famílias com renda mensal acima de 10 salários mínimos, a intenção de consumo caiu 0,2%, enquanto para aquelas com renda até 10 salários mínimos, houve um avanço de 0,3%.
A evolução do ICF por faixas de renda mostra que o índice caiu 0,2% para as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos, refletindo uma tendência de cautela entre os consumidores de maior poder aquisitivo.
Veja também: