Decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo torna Zambelli inelegível por oito anos; cabe recurso ao TSE.
30 de Janeiro de 2025 às 17h59

TRE-SP cassa mandato da deputada Carla Zambelli por abuso de poder político

Decisão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo torna Zambelli inelegível por oito anos; cabe recurso ao TSE.

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu, nesta quinta-feira (30), pela cassação do mandato da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar ser acusada de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante as eleições de 2022.

A votação resultou em 5 votos a favor da cassação e 2 contra. Além da perda do cargo, Zambelli foi condenada à inelegibilidade por oito anos, contados a partir do pleito de 2022. A decisão, no entanto, não tem efeito imediato, permitindo que a deputada recorra ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A ação que resultou na cassação foi movida pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que alegou que Zambelli disseminou informações falsas sobre o processo eleitoral, configurando uma “teia de desinformação” nas redes sociais.

O relator do caso, desembargador Encinas Mafré, destacou que as postagens da deputada, que alegavam manipulação das urnas eletrônicas, tiveram grande repercussão e poderiam influenciar a vontade dos eleitores. “Não é demasiado reconhecer que as condutas da representada alcançaram repercussão e gravidade aptas a influenciar na vontade livre e consciente do eleitor”, afirmou o magistrado.

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Em resposta à decisão, Carla Zambelli utilizou suas redes sociais para afirmar que a medida visa a “silenciar” opositores. A deputada declarou: .

Além disso, Zambelli reforçou que a decisão é um reflexo da “perseguição política” contra os conservadores no Brasil, afirmando que continuará a lutar por um país “próspero e digno para o povo brasileiro”.

Parlamentares aliados, como o senador Jorge Seif (PL-SC) e o deputado Gustavo Gayer (PL-GO), também se manifestaram em apoio à deputada, criticando a decisão do TRE-SP. Gayer, por exemplo, classificou a ação como “absurda” e uma clara “perseguição” à direita.

A acusação contra Zambelli inclui a alegação de que ela tentou convencer o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, a apoiar um suposto plano de golpe em 2022, o que levou o PSOL a solicitar sua cassação ao Conselho de Ética da Câmara em dezembro do ano passado.

Com a decisão do TRE-SP, a deputada se vê em uma situação delicada, já que a inelegibilidade por oito anos pode afetar sua carreira política futura. A expectativa agora é sobre como será o desdobramento desse caso no TSE, onde Zambelli deve buscar reverter a decisão.

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