Parlamento português aprova moratória que pode tornar o país pioneiro na Europa em proteção ambiental
01 de Fevereiro de 2025 às 00h59

Portugal avança para proibição da mineração no fundo do mar até 2050

Parlamento português aprova moratória que pode tornar o país pioneiro na Europa em proteção ambiental

Na última sexta-feira (31), o Parlamento português aprovou uma moratória que visa proibir a mineração no fundo do mar de suas águas territoriais até 2050. Essa decisão, considerada sem precedentes na Europa, marca um passo significativo na proteção ambiental e na preservação dos ecossistemas marinhos.

Durante a votação, foram aprovados em primeira leitura diversos textos que servirão de base para uma futura legislação, que será submetida à votação final. A proposta é um reflexo do crescente movimento global em defesa dos oceanos e dos recursos marinhos.

“Portugal pode se tornar o primeiro país europeu a proibir essa atividade até que haja mais dados científicos sobre seu impacto no ambiente”, afirmou a ativista ambiental Catarina Abril, da ONG Sciaena, em entrevista à AFP. A ONG tem sido uma das vozes proeminentes na luta contra a exploração mineral em alto-mar.

Atualmente, cerca de trinta países, apoiados por diversas ONGs, têm se manifestado a favor de uma moratória sobre a mineração em alto-mar, citando os riscos que essa atividade representa para ecossistemas pouco conhecidos e vulneráveis. Apesar disso, até o momento, apenas Palau e Fiji, localizados no Pacífico, implementaram proibições semelhantes em suas águas territoriais.

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Portugal, que abriga o arquipélago dos Açores no Atlântico Norte, possui uma zona econômica exclusiva que pode conter recursos minerais subaquáticos significativos. Esses recursos incluem metais como manganês, cobalto e níquel, que estão em alta demanda para a fabricação de baterias de carros elétricos, impulsionando a exploração do fundo do mar.

A mineração em profundidades que variam entre 4.000 e 6.000 metros está se tornando cada vez mais atraente para empresas que buscam novas fontes de minerais. No entanto, a falta de informações sobre os impactos ambientais dessa prática gera preocupações entre ambientalistas e cientistas.

Com a aprovação da moratória, Portugal se posiciona como um líder na proteção dos oceanos, incentivando outros países a considerar medidas semelhantes. A expectativa é de que a nova legislação não apenas proteja os ecossistemas marinhos, mas também promova um debate mais amplo sobre a sustentabilidade e a exploração responsável dos recursos naturais.

A proposta de moratória é um reflexo das crescentes preocupações globais sobre as consequências da mineração em alto-mar, que ainda são pouco compreendidas. O avanço dessa iniciativa poderá influenciar políticas ambientais em outros países, especialmente na Europa, onde a proteção dos oceanos se torna cada vez mais prioritária.

O governo português agora se prepara para a fase de elaboração da legislação definitiva, que deverá incluir consultas públicas e a participação de especialistas em meio ambiente. A expectativa é que a nova lei seja aprovada em um futuro próximo, solidificando o compromisso de Portugal com a proteção ambiental.

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